Ordem para “dar o litro” enche o bar
Primeiro dia de trabalhos fechou pelas 21h. Pela tarde, enquanto os militantes usavam da palavra, muitos mataram a sede
Da longa tarde do 18.º Congresso do PSD-M, o ‘espremedor de laranjas’ retém a vontade de 52 militantes em usar da palavra, alguns nem sempre honrando os 5 minutos concedidos pela mesa. Haja tolerância, como exigiu Sara André quando Paulo Fontes, na altura a liderar os trabalhos, pediu que concluísse a intervenção.
Entre tantos contributos, ecoa a confidência de Carlos Teles que recomendou aos parceiros da coligação uma maior entrega na luta política no terreno, a sair do conforto garantido pelos cargos que ocupam, desafiando-os a “dar o litro”. Por coincidência, num ápice, o bar do congresso encheu-se de social-democratas desidratados.
Há quem tenha ido ensaiar discursos e afinar gargantas. Que o diga Rui Coelho, desta vez, a dar descanso às bandeiras, mas a denotar outros talentos.
Muitos também aproveitaram a pausa higiénica para comentar o que acabavam de ouvir, o lamento de Miguel Sousa que quer ver nos canais televisivos nacionais comentadores do PSD-M ou o novo mapa político traçado por Rubina Leal, que se baralhou com as cores rosa e laranja, pintado o mapa continental de acordo com uma votação desejada, mas contrariada pela maioria socialista.
Os que ficaram na sala ouviram o desabafo do líder parlamentar. “Não é nada fácil ganhar eleições”, lembrou a propósito Jaime Filipe Ramos, alinhando na tese do autarca da Calheta. Mais tarde, Pedro Coelho recuperou o recado, com as palavras todas: “Alguém que diga ao CDS que é prcciso trabalhar mais”. E em Câmara de Lobos, não há trabalho sem suor.
Eduardo Jesus admitiu a tarefa árdua do que é andar em campanha eleitoral sem usar elevador, e revelou que também é possível trocar as voltas a adversários políticos, contando que nas últimas autárquicas, numa acção num quarto andar de um bloco de apartamentos do Funchal foi possível entregar propaganda a um conhecido comunista que assumiu que a mulher iria gostar de ler porque já tinha feito saber que iria votar em Pedro Calado.
Não admira que o edil vitorioso tenha partilhado a conquista com todos aqueles que se dedicaram a conversar com o povo. Foi o caso de Tiago Freitas que não esperava falar tão cedo no congresso. Foi o terceiro da longa ronda. Só que o presidente da Junta de São Gonçalo confidenciou que tinha colocado moedas no parque de estacionamento na expectativa de falar mais tarde. Ora, a menos que tenha havido alteração nas regras da mobilidade urbana no Funchal, os sábados, depois das 14h, os parquímetros são gratuitos. E nos parques privados pagos, como é caso do que serve o centro de congressos da Madeira, a moeda só é necessária na hora de saída. Siga Freitas!
Pelas 21h foi tudo para casa. Muitos já tinham saído para jantar enquanto havia militantes a usar da palavra. Mesmo que as moções já estivessem votadas, aprovadas e aclamadas.