Agência noticiosa Efe suspende temporariamente actividade na Rússia
A agência noticiosa Efe decidiu hoje suspender temporariamente a atividade na Rússia, depois da aprovação da que prevê penas de prisão até 15 anos por divulgação do que as autoridades russas considerarem "informação falsa" sobre a guerra na Ucrânia.
Segundo informação divulgada pela agência espanhola, esta é a primeira vez desde 1970 - ano em que a Efe abriu o seu escritório permanente em Moscovo - que a empresa "se vê forçada a suspender a atividade dos seus jornalistas" na capital russa.
Também hoje, a televisão pública italiana, RAI, anunciou a suspensão temporária do trabalho dos seus correspondentes na Rússia, decisão tomada por outros órgãos de comunicação como a estação televisão norte-americana CNN, a canadiana CBC, a britânica BBC e a agência de notícias Bloomberg.
Na sexta-feira, o parlamento russo adotou um pacote de leis destinadas a combater os efeitos na economia do país das sanções ocidentais aplicadas após a invasão da Ucrânia.
As medidas, divulgadas na página oficial de internet do parlamento russo, pretendem "aumentar a estabilidade da economia russa, bem como proteger os cidadãos face às sanções" impostas pelo Ocidente.
A primeira das grandes redes de canais televisivos a tomar esta decisão foi a BBC, cuja administração decidiu na sexta-feira paralisar o trabalho da sua equipa na Rússia, esperando poder analisar em profundidade as implicações que a nova legislação russa trará para os seus funcionários.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar à Ucrânia e as autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças. Segundo a Organização das Nações Unidas, os ataques já provocaram mais de 1,2 milhões de refugiados.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.