Irão e Agência Internacional de Energia Atómica tentam relançar acordo nuclear
O Irão e a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) anunciaram hoje que querem resolver as questões pendentes e adotar uma abordagem "pragmática" na esperança de relançar o acordo nuclear concluído em 2015 entre Teerão e as grandes potências.
"Decidimos examinar as questões com uma abordagem pragmática (...), em profundidade, mas também com uma clara intenção de chegar (...) a um resultado", disse o diretor-geral daquele organismo da ONU, Rafael Grossi, durante uma entrevista coletiva com seu colega iraniano, Mohammad Eslami.
O diretor-geral da agência da ONU está de visita ao Irão no âmbito dos esforços para salvar o acordo nuclear iraniano e impedir o aumento das atividades de Teerão neste setor.
Na passada quinta-feira, foi divulgado o relatório da AIEA que revelava que as atuais reservas de urânio enriquecido acumuladas pelo Irão ultrapassam em mais de 15 vezes o limite autorizado pelo acordo internacional de 2015.
O acordo tem como objetivo impedir Teerão de se dotar de uma bomba atómica, intenção que foi sempre negada pela República Islâmica.
O acordo, concluído entre o Irão, os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, China, França, Reino Unido e Rússia) e a Alemanha, permitiu o levantamento de sanções económicas internacionais contra Teerão em troca de limites restritos ao seu programa nuclear.
Grossi afirmou na passada quinta-feira que a AIEA "nunca abandonará" os esforços para que o Irão preste esclarecimentos sobre a presença de material nuclear em locais não declarados do seu território.
Teerão já pediu o encerramento da investigação da AIEA que tenta salvar o pacto celebrado em 2015 conhecido como JCPOA (sigla em inglês para Joint Comprehensive Plan of Action, ou seja, Plano de Ação Conjunto Global).