A autenticidade
Ana Cristina Pereira continua a escrever de forma sublime sobre o essencial
Boa noite!
A semana fecha com o espelho da nossa identidade que dá corpo à obra de leitura obrigatória, hoje apresentada no Funchal por Ana Cristina Pereira.
Importa ler ‘Mulheres da minha ilha, mulheres do meu país’ para percebermos de que massa somos feitos, raízes que a jornalista e escritora vicentina partilha com verdade, com nomes e datas, com pormenores e com contexto, com o mérito de cruzar passado e presente através de gente que até conhecemos e que nos remete para a essência de nós mesmos, para as infâncias inesquecíveis, para as estruturas familiares inimagináveis, para os dramas sociais, para a emancipação e para a igualdade.
Orgulhamo-nos da nossa conterrânea vicentina que desde bem cedo serve o jornalismo com temas que ficam, que o tempo não apaga e que a memória colectiva agradece. A obra em torno dos direitos humanos e da exclusão social já é vasta, mas a pobreza, o género, a protecção de crianças e dos jovens, o envelhecimento, a violência doméstica, as drogas, a reclusão, os assuntos relacionados com população LGBT+, a população cigana, a população com deficiência, a população migrante, são realidades que continuam a precisar de resolução e de afecto, de percepção pública e de mediadores interessados.
Ana Cristina Pereira, és indispensável para que as grandes causas não caiam no esquecimento. Continua por isso, com humildade, nas margens da vida a trazer-nos o que nem sempre está iluminado pela lanterna mediática porque essa descoberta da autenticidade entre gente comum com histórias encantadoras também é um legado de Abril.