Organismos da cultura em Portugal mobilizam-se para ajudar a Ucrânia
Grupos ligados à cultura e à comunidade ucraniana juntaram-se para criar uma rede logística de recolha de bens e posterior envio para a Polónia junto à fronteira com a Ucrânia, na sequência da ofensiva militar russa àquele país.
"Os organismos da Cultura são por excelência organismos comunitários e por isso o ponto por excelência de união de forças e vontades", descreve o movimento denominado "Cultura pela Ucrânia" na sua página de Internet.
Nesse sentido, montaram em parceria com grupos ucranianos em Portugal uma rede logística para recolha de bens de diversos pontos do país e posterior envio para a Polónia.
O objetivo "é garantir que os organismos culturais e de ensino que queiram promover a recolha de bens tem aqui uma forma de escoar os mesmos e de os fazer chegar ao destino", acrescentam os promotores da iniciativa.
Os bens recolhidos serão depositados em armazéns e carregados em camiões TIR rumo à Polónia.
Todos os envios serão documentados e alvo de processo administrativo de expedição por parte do movimento "ihelp_Ukraine.pt" junto da Cruz Vermelha.
Na Polónia a coordenação de distribuição será em conjunto com as orientações da Embaixada da Ucrânia naquele país.
Caso o conflito termine ou as necessidades sejam reduzidas "todos os bens que não tenham sido enviados, serão entregues a entidades de solidariedade social em Portugal", assegura o movimento Cultura pela Ucrânia.
Os pontos de recolha de bens são o Teatro Nacional D. Maria II, o Teatro Aberto, o Teatro da Trindade, a Associação dos Amadores de Musica e o INATEL, em Lisboa, bem como as farmácias Galeno, em Almada, e Matos Lopes, na Amora.
Alimentos não perecíveis, água, roupa, produtos de higiene, cabos de telefone e 'powerbanks', medicamentos e material médico são os bens que constam da lista.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.