A Guerra Madeira

Mercado único de energia na Europa “é uma necessidade”

Presidente do Governo Regional não coloca de parte a necessidade de um orçamento regional suplementar devido à guerra na Europa

Foto: Miguel Moniz/GR
Foto: Miguel Moniz/GR

No entender de Miguel Albuquerque se já estivesse implementado, o mercado único permitiria evitar a dependência de alguns países europeus do gás russo.

O presidente do Governo Regional da Madeira fala de uma configuração completa da Europa do ponto de vista geopolítico, na sequência da guerra desencadeada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

À margem da visita à exposição que, na Praça do Povo, assinala o Dia Internacional da Protecção Civil, Miguel Albuquerque referia a importância de a Europa ter um mercado único de energia, como forma de contornar a dependência do gás russo.

Mas esta incursão da Rússia na Ucrânia veio, também, “reforçar aquilo que estava moribundo”, com o líder regional a referir-se à Aliança Atlântica e à “necessidade de reforçar a cooperação de defesa militar” entre a Europa e os Estados Unidos no que respeita à defesa das democracias ocidentais.
Além disso, esta guerra veio “chamar a atenção para um erro geopolítico que estava a ser cometido pelos líderes europeus”, que assentava na ideia, no entender de Miguel Albuquerque errada, que “o livre intercâmbio comercial e a abertura das economias permitia a mudança de regimes”, mas tal não se veio a confirmar. E dá como exemplo, o caso da China.

Face a esta nova realidade, o presidente do Governo Regional defende o aumento da parcela orçamental dos vários países para a defesa, “e já estamos muito atrasados em relação a isso”, apontou.

Questionado pelos jornalistas sobre a necessidade de haver um orçamento suplementar da Região, Miguel Albuquerque não adiantou qualquer certeza, embora não coloque de parte uma recessão europeia, devido, sobretudo a três factores: a tendência inflaccionista, a subida do preço das matérias-primas e da energia e a subida das taxas de juro. “Tudo isto reconfigura uma situação em que nós não vamos ter, na Europa, o crescimento que estava previsto”, apontou.