Congresso do PSD-M Madeira

Albuquerque toma posse como líder do PSD/Madeira pela quinta vez em congresso

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Miguel Albuquerque toma posse como presidente do PSD/Madeira pela quinta vez consecutiva no XVIII congresso regional do partido, que decorre no sábado e no domingo, com a presença de 800 delegados e do líder nacional, Rui Rio, no encerramento.

Em 11 de fevereiro, Miguel Albuquerque foi reeleito presidente da estrutura regional do partido, em eleições diretas nas quais era o único candidato, com 2.370 votos, num universo de 2.410 votantes, e agora avança com uma moção de estratégia global intitulada "Madeira Sempre", num encontro que deverá reunir no Funchal cerca de 1.000 pessoas, entre delegados, observadores e convidados.

O líder social-democrata, também presidente do Governo Regional, considera, no documento, que o atual regime político português "perdeu o sentido de Estado" e que a crise da pandemia da covid-19 veio evidenciar que a região "precisa de mais autonomia".

Entre outros aspetos, Miguel Albuquerque foca também as coligações ao nível governamental e municipal com o CDS-PP na região autónoma, o único tema aparentemente fraturante no interior do PSD/Madeira.

"É imperioso ultrapassar amiúdes rivalidades pessoais e políticas, por vezes muito antigas, e ter a humildade de perceber que o mais importante é o bem-estar das populações, a consolidação e crescimento do partido a nível local", observa.

Para vencer o seu principal adversário na região, o PS, o líder social-democrata sublinha que o PSD "deve disponibilizar-se e dialogar, mais uma vez, com o parceiro natural de coligação, o CDS-PP, tendo por base a experiência de sucesso alcançada nas últimas eleições".

O projeto, destaca, passa pela auscultação dos militantes e das bases.

Em 22 de fevereiro, Albuquerque tinha já dito que o assunto "está na moção para ser aprovado", mas também realçou que não pretendia fechar qualquer acordo no imediato, uma vez que a atual coligação governamental PSD/CDS-PP ainda tem um ano e meio de trabalho pela frente, até às eleições legislativas regionais de 2023.

E reforçou: "Só um indivíduo estúpido e dogmático é que fecha acordos a um ano e meio das eleições, muito menos num congresso."

Na XVIII reunião magna do PSD no arquipélago, que se realiza no Centro de Congresso da Madeira, vão também ser debatidas três moções setoriais, da autoria da Juventude Social-Democrata (JSD), dos Trabalhadores Social-Democratas (TSD) e da deputada no parlamento regional Rubina Leal.

O líder nacional do partido, Rui Rio, vai discursar no encerramento do congresso, previsto para as 12:00 de domingo, sendo também esperada a presença do vice-presidente do PSD/Açores e presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Pedro Nascimento Cabral.

Miguel Albuquerque tem 60 anos (nasceu em 04 de maio de 1961) e é advogado de profissão.

Foi eleito presidente do PSD/Madeira em 2014, sucedendo ao histórico líder Alberto João Jardim, mas a primeira vez que se candidatou à liderança foi em 2012, tendo perdido por 142 votos de diferença.

Desde que assumiu a chefia do partido, Miguel Albuquerque foi sempre o único candidato à presidência da Comissão Política nas eleições internas, obtendo 98,2% dos votos em 2016, 98,4% em 2018, 87,3% em 2020 e 98,3% em 2022.

Em 2014, a vitória foi obtida à segunda volta contra Manuel António Correia, então secretário regional do Ambiente e Recursos Naturais, com 64% dos votos, num universo de 6.232 votantes, nas internas mais disputadas do PSD/Madeira, com seis candidatos.

Albuquerque desempenhou vários cargos no partido e foi presidente da Câmara Municipal do Funchal, o município mais populoso e importante da Região Autónoma da Madeira, entre 1994 e 2013, eleito quatro vezes com maioria absoluta.

Assumiu pela primeira vez o cargo de presidente do Governo da Madeira em 20 de abril de 2015, após umas legislativas que o PSD ganhou com maioria absoluta, e foi reeleito em 22 de setembro de 2019 com maioria relativa, o que motivou uma coligação governamental com o CDS-PP.

Em 11 de fevereiro, Miguel Albuquerque anunciou que tenciona candidatar-se apenas a mais um mandato no executivo, nas legislativas de 2023, sublinhando que só altera a decisão em "circunstâncias excecionais".