A Guerra Mundo

Bombeiros extinguem incêndio em maior central nuclear da Europa

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Os bombeiros ucranianos já conseguiram extinguir o incêndio nas instalações da maior central nuclear da Europa, em Zaporizhzhia, causado por bombardeamentos russos, garantiu hoje o Serviço Estatal de Emergências da Ucrânia.

O serviço indicou que os 44 bombeiros e os 11 veículos envolvidos na operação conseguiram extinguir o fogo por volta das 06:20 (04:20 em Lisboa), não se registando qualquer ferido, de acordo com um comunicado publicado na rede social Facebook.

A operação de combate ao incêndio esteve em suspenso durante várias horas, por os bombeiros terem sido impedidos de aceder à central nuclear por tropas russas.

As autoridades ucranianas garantiram que os seis reatores de Zaporizhzhia não foram afetados e que o incêndio atingiu apenas um edifício e um laboratório do local.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, prometeu convocar uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU "nas próximas horas" para discutir o ataque russo a Zaporizhzhia e acusou o Presidente russo, Vladimir Putin, de "ameaçar diretamente a segurança de toda a Europa", indicou um comunicado, divulgado depois de uma conversa telefónica com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.

Zelensky acusou Moscovo de recorrer ao "terror nuclear" e de "querer repetir" a catástrofe de Chernobyl.

A central de Chernobyl, local do pior desastre nuclear civil da história, em 1986, entretanto desativada, mas depósito de detritos nucleares, caiu nas mãos das tropas russas na semana passada.

"Centenas de milhares de pessoas sofreram as consequências [de Chernobyl], dezenas de milhares foram retiradas. A Rússia quer repetir isso e já está a tentar", afirmou Zelesnky.

"A Ucrânia conta 15 reatores nucleares. Se ocorrer uma explosão, é o fim de tudo. O fim da Europa. É a evacuação da Europa", advertiu.

Para o Presidente ucraniano, "apenas uma ação europeia imediata pode travar as tropas russas. É preciso impedir a morte da Europa num desastre nuclear".

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.