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Genro de Trump ouvido em comissão sobre assalto ao Capitólio

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FOTO Ahmad GHARABLI / AFP

Jared Kushner, genro e conselheiro próximo de Donald Trump, deverá testemunhar hoje perante a comissão de inquérito parlamentar encarregada de averiguar o assalto ao Capitólio no ano passado.

O marido de Ivanka Trump é o mais alto conselheiro de Trump e o primeiro elemento da família do milionário norte-americano republicano a testemunhar perante esta comissão.

Deverá falar através de videoconferência e decidiu ser ouvido voluntariamente, sem ter recebido uma intimação.

A 06 de fevereiro de 2021, numerosos apoiantes de Donald Trump invadiram o Capitólio, sede do poder legislativo, para tentar interromper a certificação pelos eleitos da vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais norte-americanas de novembro de 2020.

Naquele dia, Jared Kushner, responsável por pastas sensíveis como o processo de paz no Médio Oriente, regressava de uma viagem à Arábia Saudita e não passou a noite na Casa Branca.

O seu testemunho culmina uma semana de revelações na imprensa sobre os meses que antecederam o assalto que abalou a democracia norte-americana.

Virginia Thomas, militante conservadora e mulher do juiz do Supremo Tribunal Clarence Thomas, enviou mais de 20 mensagens entre novembro de 2020 e janeiro de 2021 a Mark Meadows, chefe de gabinete de Donald Trump, implorando que bloqueasse a vitória de Joe Biden.

O nome de Jared Kushner aparece numa delas, enviada a 13 de novembro: "Acabei de enviar para o seu gmail um e-mail que enviei a Jared esta manhã (...) uma melhor coordenação agora ajudará a cavalaria a chegar e a revelar a fraude e salvar a América".

A comunicação social descobriu igualmente um lapso de cerca de oito horas nas comunicações telefónicas feitas por Donald Trump a partir da Casa Branca a 06 de janeiro de 2021, incluindo o momento em que os manifestantes atacavam o Capitólio.

Segundo a comissão, Trump poderá ter usado canais não oficiais, como telefones pré-pagos dificilmente rastreados, o que o Presidente negou veementemente.

A comissão quer também ouvir Ivanka Trump, que fazia parte do circulo próximo de conselheiros do pai e estava na Casa Branca a 06 de janeiro.

Ivanka terá implorado ao pai para condenar a violência, segundo os media.