Guerra é oportunidade para rever posição dos EUA na Europa
A invasão militar russa da Ucrânia é uma oportunidade para rever a "arquitetura militar permanente" dos Estados Unidos no leste da Europa, afirmou na quarta-feira o principal comandante militar da NATO e do comando europeu das tropas norte-americanas, Tod Wolters.
O general norte-americano falava sobre a guerra na Ucrânia no comité dos serviços armados da câmara baixa dos Estados Unidos, um dia depois de uma audição na Comissão das Forças Armadas do Senado.
Questionado sobre as razões que levaram o presidente russo, Vladimir Putin, a invadir militarmente a Ucrânia a 24 de fevereiro, Tod Wolters afirmou que a decisão se relaciona com vários fatores, entre os quais a idade do líder russo e a sua capacidade de eficácia.
No entanto, avaliando as motivações de Putin, o general norte-americano considera que o presidente russo acredita que tem o apoio dos russos na invasão militar.
"Creio que sente que tem o apoio popular dos cidadãos da Rússia, e sinto que queria aproveitar-se das brechas que podiam ter surgido na NATO, como resultado do ambiente pós-Afeganistão", sublinhou Tod Wolters.
O general sublinhou ainda que esta guerra é uma oportunidade para rever "a arquitetura militar permanente" que os Estados Unidos têm no leste da Europa e que os países membros da NATO estão dispostos a aceitar uma alteração.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.189 civis, incluindo 108 crianças, e feriu 1.901, entre os quais 142 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.