A ameaça presidencial
Tomada de posse do XXIII Governo fica marcada por um condicionamento sem precedentes: Marcelo convoca eleições antecipadas se Costa assumir cargo europeu em 2024
Boa noite!
O Governo da República está amarrado curto por um Presidente que resolveu voltar a ser o centro das atenções. Não porque tenha feito a António Costa grandes exigências estratégicas, traçado planos concretos de crescimento e estabelecido um programa de reformas fracturantes. Antes fosse.
Para que a bagunça outrora engendrada pelos social-democratas não se repita - quando Durão Barroso foi para Bruxelas a meio do mandato e deu de bandeja o poder a Santana Lopes -, Marcelo Rebelo de Sousa optou por deixar um aviso ao primeiro-ministro: Se sair antes de Outubro 2026, há eleições antecipadas.
E assim, desde a primeira hora do novo executivo estão criadas todas as condições para desavenças frequentes. Até porque António Costa fez questão de alimentar o tabu europeu, ao sublinhar que “estabilidade não é sinónimo de imobilismo, é sim, exigência de ambição e oportunidade de concretização”.
No dia em que o governo tomou posse, o inquilino de Belém quis ser o festeiro. Até porque sabe que não vai pagar a factura. Essa está reservada desde há muito ao humilde contribuinte e cidadão português que num ápice perde a esperança de ver resolvidos alguns dos seus dramas, dada a manifesta apetência dos políticos pelo entretenimento inconsequente.