Rússia planeia enviar 1.000 mercenários para o Donbass
Os Estados Unidos garantiram hoje que identificaram "sinais" de que a Rússia planeia enviar "cerca de 1.000 mercenários" para a região do Donbass, no leste da Ucrânia, para intensificar a sua ofensiva naquele território.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, disse em conferência de imprensa que há indícios de que o Kremlin procura contratar esses mercenários através do grupo Wagner, uma organização paramilitar privada com paramilitares e forças especiais chechenas.
John Kirby assegurou que o grupo Wagner - também apoiado pelo Kremlin - estaria a tentar recrutar os mercenários na Síria e em países do norte de África, como a Líbia, para os enviar para o Donbass, onde priorizou a sua operação militar.
Os Estados Unidos têm vindo a alertar há semanas para a possibilidade de que a Rússia esteja a recrutar combatentes sírios para as suas fileiras na Ucrânia, sem que haja qualquer evidência de que isso esteja a acontecer este momento.
Na segunda-feira, o Ministério da Defesa britânico afirmou que mercenários da Wagner foram mobilizados para o leste da Ucrânia, estimando que mais de 1.000 combatentes deste grupo paramilitar poderiam ser destacados para o conflito.
"Espera-se que sejam enviados mais de 1.000 mercenários, incluindo oficiais desta organização, para realizar operações de combate", acrescentou a Defesa britânica numa atualização sobre o conflito russo-ucraniano, divulgada na rede social Twitter.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.189 civis, incluindo 108 crianças, e feriu 1.901, entre os quais 142 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.