A Guerra Mundo

Países ocidentais advertem contra "relaxamento" perante invasão russa

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Os líderes britânico, norte-americano, francês, alemão e italiano alertaram hoje contra qualquer "relaxamento da determinação ocidental" perante a invasão russa da Ucrânia, revelou Downing Street após uma conversa telefónica entre os governantes.

Boris Johnson, Joe Biden, Emmanuel Macron, Olaf Scholz e Mario Draghi "concordaram que não pode haver um relaxamento da determinação ocidental até que o horror infligido à Ucrânia termine", salientou o gabinete do primeiro-ministro do Reino Unido.

"O primeiro-ministro [britânico] salientou que devemos julgar o regime de Putin pelas suas ações e não pelas suas palavras", vincou fonte de Downing Street na reação às palavras de Moscovo sobre uma redução das ações militares no oeste ucraniano, em particular nas proximidades de Kiev.

 Segundo o gabinete de Boris Johnson, o chefe de Estado russo está a "espetar a faca na ferida aberta na Ucrânia, com o objetivo de forçar o país e os seus aliados a capitularem".

"O primeiro-ministro pediu a outros líderes que sejam implacáveis na nossa resposta", acrescentou.

Também a Casa Branca revelou que os líderes ocidentais concordaram com a necessidade de continuar a sancionar Moscovo pela invasão da Ucrânia.

"Os líderes afirmaram a sua determinação em continuar a aumentar o custo pago pela Rússia pelo seu ataque brutal à Ucrânia, bem como em continuar a fornecer assistência de segurança à Ucrânia para se defender", revelou a presidência norte-americana em comunicado.

Os governantes dos cinco países voltaram a comprometer-se nos esforços para fornecer assistência humanitária aos milhões de afetados pela guerra, quer na Ucrânia, quer nos países onde as pessoas estão a procurar refugio.

E salientaram a necessidade de ser criado um acesso para ajuda humanitária aos civis em Mariupol, refere a Casa Branca.

"Também discutiram a importância de apoiar mercados de energia estáveis, à luz das atuais interrupções devido a sanções", pode ler-se.

A Rússia prometeu hoje reduzir "drasticamente" a sua atividade militar em direção às cidades ucranianas de Kiev e Cherniguiv, após a ronda de negociações com a Ucrânia, que decorrem em Istambul.

"Como as negociações sobre um acordo de neutralidade e estatuto não nuclear da Ucrânia entraram numa dimensão prática (...) foi decidido, como forma de aumentar a confiança, reduzir drasticamente a atividade militar em direção a Kiev e Cherniguiv", afirmou o vice-ministro da Defesa russo, Alexandre Fomine.

O chefe da delegação russa e conselheiro presidencial, Vladimir Medinsky, admitiu "discussões substanciais" e referiu que as propostas "claras" da Ucrânia para um acordo seriam "estudadas muito em breve e submetidas ao presidente", Vladimir Putin.

O Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu hoje "progresso" nas negociações sobre um cessar-fogo na Ucrânia, numa conversa telefónica com o seu homólogo francês, apelando simultaneamente à rendição das tropas "nacionalistas" ucranianas que defendem a cidade de Mariupol.

De acordo com a Presidência francesa, Vladimir Putin garantiu que não está disposto a desistir dos seus objetivos militares na Ucrânia, em particular em Mariupol, recusando-se a levantar o cerco daquela cidade.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.179 civis, incluindo 104 crianças, e feriu 1.860, entre os quais 134 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.

A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.