A Guerra Mundo

EUA dizem que não há "sinais sérios" de Moscovo nas negociações

Antony Blinken, ecretário de Estado norte-americano
Antony Blinken, ecretário de Estado norte-americano, Foto EPA

Os Estados Unidos duvidam que a Rússia esteja "realmente séria" nas negociações com a Ucrânia, disse hoje o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, após o anúncio do progresso nas negociações entre Kiev e Moscovo.

"Não vi nada que sugira que haja um progresso real, porque não vimos nenhum sinal realmente sério da Rússia", disse Blinken, numa conferência de imprensa, em Marrocos, referindo-se aos resultados das conversações russo-ucranianas que hoje decorreram em Istambul.

"Mas se a Ucrânia considerar que existe [progresso], tudo bem. Apoiaremos", ressalvou o chefe da diplomacia dos EUA, numa menção à leitura positiva das negociações, feita por Kiev.

A Rússia prometeu hoje reduzir "drasticamente" a sua atividade militar na direção de Kiev e Cherniguiv, na Ucrânia, após conversas "substanciais" russo-ucranianas em Istambul.

"Existe o que a Rússia diz e o que a Rússia faz. Nós vamos concentrar-nos no que faz", disse Blinken, destacando que os ucranianos estão a negociar "literalmente com uma arma apontada à cabeça".

"O que a Rússia está a fazer é continuar a violentar a Ucrânia e o seu povo", insistiu Antony Blinken, após uma longa conversa com o seu homólogo marroquino, Nasser Bourita.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.179 civis, incluindo 104 crianças, e feriu 1.860, entre os quais 134 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.

A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.