A Guerra Mundo

EUA dizem que vão impor mais sanções à Rússia para travar máquina de guerra

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Foto EPA

Os Estados Unidos da América (EUA) anunciaram hoje que estão empenhados em continuar a adotar medidas contra a Rússia, dirigidas a setores-chave da indústria, para garantir que o financiamento à "máquina de guerra" na Ucrânia é travado.

"Trabalhando em estreita colaboração com os nossos aliados, incluindo a União Europeia, estamos comprometidos em continuar a tomar mais medidas para garantir que o Kremlin tenha menos recursos para continuar a sua guerra não provocada na Ucrânia", disse o subsecretário do Tesouro norte-americano, Wally Adeyemo, em Bruxelas em conferência de imprensa ao lado da comissária europeia de Serviços Financeiros, Mairead McGuinness.

A comissária e Adeyemo, que está em viagem à Europa, vão abordar o impacto das sanções adotadas até agora e avaliar como evitar que empresas e cidadãos punidos as evitem, mas também o caminho a seguir daqui em diante, mantendo a cooperação.

Olhando para os próximos passos, Adeyemo disse que o objetivo é "garantir que a máquina de guerra russa não possa operar na Ucrânia, nem projetar poder no futuro", pelo que se concentrarão em "setores-chave do seu complexo militar e industrial para destruí-lo, para garantir que Vladimir Putin [Presidente russo] não seja capaz de ameaçar a estabilidade dos países europeus, da região ou do mundo no futuro".

Já Mairead McGuinness enfatizou a esse respeito que a União Europeia (UE) e os EUA "atuam em paralelo nas sanções" e continuarão a coordenar a sua resposta "com a mais forte determinação e unidade".

"Estamos totalmente comprometidos em fortalecer a nossa cooperação em sanções e compartilhar informações com os Estados Unidos e outros parceiros", disse a comissária, que enfatizou que "é fundamental garantir a plena implementação das sanções em todas as jurisdições".

"É uma prioridade e algo em que estamos a trabalhar", disse McGuinness, poucos dias após as potências do G7 prometeram manter a pressão sobre Moscovo e tapar as possíveis brechas que possam permitir contornar as sanções contra a Rússia e a Bielorrússia, em particular através do uso de criptoativos.

Os representantes de Bruxelas e de Washington destacaram que as sanções são cruciais para infligir danos económicos ao regime de Putin e aos seus "cúmplices" e insistiram que as medidas adotadas até agora estão a surtir efeito.

"A economia russa está a contrair-se no ritmo mais rápido desde 1998, quando não conseguiu pagar a sua dívida. Qualquer um que tenha dinheiro na Rússia hoje está a tentar tirá-lo o mais rápido possível por causa das nossas ações e é por isso que o Kremlin pôs em marcha os controlos de capital draconianos", disse Adeyemo.

Isso deve-se, disse o alto funcionário norte-americano, ao facto de o Governo russo ver que os seus recursos para financiar a guerra na Ucrânia "estão a diminuir".

Adeyemo encontra-se esta semana em visita à Europa para abordar a cooperação em matéria de sanções com os parceiros transatlânticos, tendo já visitado o Reino Unido e, após o encontro de hoje com Mairead McGuinness, irá reunir-se na quarta-feira com o comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni.

A UE impôs até agora, em coordenação com os seus parceiros, quatro pacotes de sanções a Moscovo, incluindo o congelamento de ativos de Putin e das elites próximas ao Kremlin, o veto às operações com o Banco Central russo, a retirada de vários bancos do sistema internacional SWIFT ou restrições às exportações em setores-chave, entre outros.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.179 civis, incluindo 104 crianças, e feriu 1.860, entre os quais 134 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo