Pelo menos dois mortos em ataque a edifício da administração regional em Mykolaiv
Pelo menos duas pessoas morreram hoje no ataque russo que destruiu parcialmente o edifício da administração regional em Mykolaiv, cidade que havia sido poupada dos bombardeamentos nos últimos dias, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).
Os jornalistas da AFP no local viram dois cadáveres a ser retirados dos escombros do edifício, cuja secção central colapsou parcialmente após o ataque.
Mais cedo, o governador regional, Vitaly Kim, declarou que o edifício da administração regional havia sido "atingido" por um ataque russo, numa mensagem publicada na rede social Facebook, assegurando que a maioria das pessoas que estavam dentro do prédio saiu ilesa do ataque.
"Estamos a procurar oito civis e três soldados" sob os escombros, disse Vitaly Kim, sublinhando que "metade do prédio foi destruído" e o seu escritório afetado.
Os russos "entenderam que não poderão tomar Mykolaiv e decidiram cumprimentar-me, dizer olá a todos nós" bombardeando o prédio, afirmou ainda Kim.
Os jornalistas da agência France-Presse (AFP) viram estilhaços de vidro perto do escritório regional dos veteranos, numa esquina próxima.
"Eu estava a tomar o pequeno-almoço no meu apartamento", disse à AFP Donald, um canadiano reformado de 69 anos que vive na Ucrânia, acrescentando que ouviu "um assobio, depois um estrondo" e que a sua janela se partiu.
"É assustador. Tivemos sorte aqui em Mykolaiv, não tivemos tantas explosões no centro da cidade" como em outras cidades, acrescentou.
Segundo a agência de notícias Efe, o autarca da Mykolaiv, Oleksandr Senkevich, indicou que a cidade foi atacada a partir da Crimeia.
"O avião inimigo descolou da Crimeia (território ucraniano anexado pela Rússia em 2014) para Mykolaiv", afirmou o autarca numa mensagem publicada na rede social Twitter, sublinhando que uma operação de resgate estava em curso.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.035 mortos, incluindo 90 crianças, e 1.650 feridos, dos quais 118 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,70 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.