A Guerra Mundo

Kiev suspende corredores humanitários para evitar provocações

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FOTO EPA/ATEF SAFADI

Kiev anunciou que nenhum corredor humanitário para retirada de civis será usado hoje para evitar "eventuais provocações" russas, antes de uma nova sessão de negociações presencial entre as delegações russa e ucraniana, a realizar na Turquia.

"Os nossos serviços de informações avisaram sobre possíveis provocações nas rotas dos corredores humanitários, portanto, por razões de segurança para os civis, nenhum corredor humanitário estará aberto hoje", escreveu a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, numa mensagem divulgada no Telegram.

Os corredores humanitários são geralmente organizados a cada dia, a partir das cidades mais afetadas pelos combates, para permitir a retirada de civis.

A Ucrânia tem denunciado repetidamente ataques russos a esses corredores, especialmente ao redor da cidade cercada e devastada de Mariupol, no sul do país.

Dois corredores para retirada de cidadãos da região de Dombass foram criados no domingo, segundo a agência de notícias ucraniana Unian, tendo já sido transferidas para território seguro cerca de 1.000 pessoas.

Inicialmente, estava previsto continuar hoje a trabalhar na rota de evacuação de Mariupol e abrir um corredor na região de Sumy.

"Continuamos a trabalhar em acordos para abrir outras rotas de corredores humanitários", garantiu Vereshchuk numa mensagem de vídeo divulgada no domingo.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.119 civis, incluindo 139 crianças, e feriu 1.790, entre os quais 200 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,8 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.

A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.