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210 sismos registados em São Jorge nas últimas 12 horas

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O Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) registou, entre as 10:00 locais (11:00 em Lisboa) e as 22:00 de hoje, 210 sismos em São Jorge, num total de 770 desde a meia-noite.

"Ao longo de sexta-feira, a análise preliminar dos registos sísmicos permitiu contabilizar cerca de 870 eventos. Entre as 00:00 e as 22:00 de hoje foram contabilizados aproximadamente 770 eventos, o que reflete uma ligeira diminuição da atividade sísmica. Todos os sismos registados até ao momento são de baixa magnitude e evidenciam uma origem de natureza tectónica", adiantou o CIVISA, num comunicado divulgado na sua página na Internet.

Numa comunicação divulgada esta manhã, o centro avançou que tinham sido registados 560 eventos sísmicos naquela ilha, entre as 00:00 e as 10:00 de hoje.

O CIVISA reiterou, no entanto, que a atividade sísmica na parte central da ilha de São Jorge, que se regista "ao longo de uma faixa com direção WNW-ESE [oés-noroeste/lés-sudeste], num setor compreendido entre Velas e Fajã do Ouvidor, "continua acima dos valores de referência".

A crise sismovulcânica em São Jorge iniciou-se às 16:05 de dia 19, tendo o sismo mais energético ocorrido nesse mesmo dia às 18:41 com uma magnitude de 3,3 na escala de Richter, mas sem provocar danos.

Desde então, o CIVISA já registou 12.700 sismos, mais do dobro de todos os registados no arquipélago dos Açores desde 2021.

A ilha está com o nível de alerta vulcânico V4 (ameaça de erupção) de um total de sete, em que V0 significa "estado de repouso" e V6 "erupção em curso".

De acordo com a página da internet do CIVISA, desde as 00:00 de hoje foram sentidos oito sismos pela população, com magnitudes entre os 1,8 e os 2,4 na escala de Richter e intensidades entre III, III/IV e IV na escala de Mercalli modificada.

Os sismos foram sentidos na vila das Velas e nas freguesias de Rosais, Urzelina e Santo Amaro.

Desde 19 de março já foram sentidos em São Jorge 190 sismos.

O CIVISA voltou a alertar "para a possibilidade de ocorrência de sismos que podem atingir magnitudes mais elevadas do que as registadas até ao momento, assim como para o perigo de ocorrência de derrocadas potenciadas pela atividade sísmica e pelas adversas condições meteorológicas que afetam o arquipélago".

"Existe a possibilidade real de se poder vir a registar uma erupção vulcânica, mas não há evidências de que tal esteja iminente", frisou.

Segundo o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores, "a campanha de medição de gases e temperatura no solo", que tendo vindo a desenvolver desde o início desta crise, na área epicentral, "não resultou, até à data, na identificação de qualquer anomalia, continuando os levantamentos de campo a decorrer nos próximos dias".

"No âmbito da monitorização geodésica, o CIVISA, em colaboração com outras entidades, encontra-se a reforçar a rede de observação baseada em estações GNSS e a proceder ao tratamento de imagens de satélite. Os dados existentes até à data corroboram as observações sismológicas ao indiciarem a existência de alguma deformação na área epicentral", apontou.

O CIVISA realçou, no entanto, que "a integração da informação disponível permite concluir que as estruturas tectónicas onde se desenvolveram as erupções históricas de 1580 e 1808, e a crise sismovulcânica de 1964, no Sistema Vulcânico fissural de Manadas, foram reativadas, sendo de admitir a ocorrência de uma intrusão magmática em profundidade".

Cerca de 1.250 pessoas já abandonaram São Jorge, por via marítima e aérea, desde o início da crise sísmica.

Segundo os dados provisórios dos Censos 2021, a ilha de São Jorge tem 8.373 habitantes, dos quais 4.936 no concelho de Velas e 3.437 no concelho da Calheta.

De acordo com a escala de Richter, os sismos são classificados segundo a sua magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequenos (2,0-2,9), pequenos (3,0-3,9), ligeiros (4,0-4,9), moderados (5,0-5,9), forte (6,0-6,9), grandes (7,0-7,9), importantes (8,0-8,9), excecionais (9,0-9,9) e extremos (quando superior a 10).

A escala de Mercalli modificada, segundo o site do IPMA, divide-se em doze categorias: I - impercetível, II - muito fraco, III - fraco, IV - moderado, V - forte, VI - bastante forte, VII - muito forte, VIII - ruinoso, IX - desastroso, X - destruidor, XI - catastrófico, XII - danos quase totais.