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"Como primeiro-ministro, formaria um governo noutra área e com outras pessoas"

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recusou hoje comentar a constituição do novo governo liderado por António Costa, mas sublinhou que faria escolhas diferentes se estivesse na posição de primeiro-ministro.

"Cada primeiro-ministro escolhe a organização de governo que entende que é a melhor naquele momento e depois escolhe as pessoas que são mais adequadas do seu ponto de vista. Eu não sou primeiro-ministro, sou Presidente da República, portanto, não sou eu que tenho de formar o governo. Como primeiro-ministro, formaria certamente um governo noutra área política e com outras pessoas, mas não existe esse filme", realçou.

Marcelo Rebelo de Sousa asseverou ainda que cabe ao primeiro-ministro decidir "se quer uma equipa muito longa ou uma equipa mais curta" e se esta deve ou não ser "mais centralizada na liderança e constituída por pessoas mais próximas".

O chefe de Estado anunciou também já ter escrito o discurso para a tomada de posse do novo executivo, agendada para quarta-feira, embora se tenha recusado adiantar à comunicação social as principais ideias.

"Vai ser aquilo que ouvirão na altura", disse aos jornalistas, à margem do 12.º congresso do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP), que termina hoje em Vilamoura.

O primeiro-ministro, António Costa, apresentou na quarta-feira, ao Presidente da República, a composição de um Governo com 17 ministros, menos dois do que no anterior.

Há novos titulares nas Finanças (Fernando Medina), nos Negócios Estrangeiros (João Cravinho), na Defesa (Helena Carreiras), na Administração Interna (José Luís Carneiro), na Justiça (Catarina Sarmento e Castro), na Economia e Mar (António Costa Silva), nos Assuntos Parlamentares (Ana Catarina Mendes), na Ciência e Ensino Superior (Elvira Fortunato), na Educação (João Costa) e no Ambiente (Duarte Cordeiro).

Continuam no executivo, e nas mesmas pastas, Mariana Vieira da Silva (Presidência), Marta Temido (Saúde), Ana Mendes Godinho (Segurança Social e Trabalho), Ana Abrunhosa (Coesão Territorial), Maria do Céu Antunes (Agricultura) e Pedro Nuno Santos (Infraestruturas e Habitação).

Abandonam o Governo 11 ministros: Alexandra Leitão, Graça Fonseca, Francisca Van Dunem, João Leão, Augusto Santos Silva, Pedro Siza Vieira, Nelson de Souza, Matos Fernandes, Manuel Heitor, Tiago Brandão Rodrigues e Ricardo Serrão Santos.

Este é o terceiro Governo chefiado por António Costa e o seu primeiro com maioria absoluta.

Pela primeira vez, a composição de um executivo conta com mais mulheres do que homens, excluindo o primeiro-ministro.