Telegram junta-se a plano de combate à desinformação eleitoral no Brasil
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil anunciou na sexta-feira que a plataforma Telegram entrou no acordo já assinado com outras redes sociais para combater a desinformação na campanha para as eleições presidenciais de outubro.
"O objetivo da aliança (com Telegram) é combater os conteúdos falsos relacionados com a justiça eleitoral, o sistema de votação eletrónica, o processo eleitoral nas suas diferentes fases e os atores envolvidos", disse o mais alto tribunal eleitoral do Brasil numa declaração.
Telegram, o popular serviço de mensagens online amplamente utilizado pelo Presidente Jair Bolsonaro, tem estado sob pressão judicial no Brasil há meses.
Twitter, TikTok, Facebook, WhatsApp, Google, Instagram, YouTube e Kwai já tinham aderido em fevereiro ao acordo.
O anúncio do acordo, que visa evitar que as eleições sejam perturbadas por desinformação como em 2018, surge depois de um juiz do Supremo Tribunal ter decidido na semana passada bloquear o Telegram por não responder às suas ordens judiciais.
Essa decisão acabou por não ser posta em prática, uma vez que a aplicação brasileira, que está instalada em 53% dos telemóveis do país, acabou por ceder às exigências do tribunal. Em particular, retirou uma publicação de agosto de 2021 na qual Bolsonaro questionou a fiabilidade do sistema de votação eletrónica do Brasil, em vigor desde 1996.
O telegram é um importante veículo de difusão de informação na campanha de Bolsonaro para a sua reeleição em outubro.
Há meses que a campanha de Bolsonaro tenta reunir os seus apoiantes no Telegram, onde tem mais de um milhão de seguidores e vários grupos de apoio.
Ao contrário de outras aplicações, a aplicação permite a criação de grupos de até 200.000 pessoas, canais de utilizadores ilimitados e muito pouca moderação de conteúdo, o que aumenta o potencial viral da falsa informação.