Esperamos que o PM não provoque o PR
Mais uma vez há " fugas de informação ao mais alto nível ", e mais uma vez ninguém sabe como tal é possível, mesmo com tantos " alertas " para esta possibilidade, tão usual por cá.
Desta vez, antes de o Primeiro-ministro dar conhecimento oficialmente ao Senhor Presidente da República, em Belém, dos ministros que farão parte do próximo Governo, a comunicação já está a divulgar tudo, e certíssimo.
Estamos a tomar por "normal" algo que nunca deveria ter que ser, dado haver temas que não devem ser transmitidos à opinião pública, por quem o não deve fazer.
O país deve ter conhecimento de vários factos, nomeadamente a composição de um novo Governo, pelas vias institucionais, no caso a Presidência da República.
O primeiro-ministro, depois de ver cancelada, e muito bem, pelo Presidente da República, a reunião que serviria única e exclusivamente para se virem a saber esses nomes, uma vez que a comunicação social de antemão já os sabia, diz-se algo incomodado, mas, remata que não é sua responsabilidade, nem de quem de si depende.
Algo estranho. Então quem pode saber a composição total de um Novo Governo? Quem pode atirar "para a rua", os nomes dos novos ministros? E se há perigo de fuga informática, numa próxima situação sigilosa, talvez o primeiro-ministro deva escrever tudo à mão, num papel e entregar ao Senhor Presidente da República, só e unicamente.
O PR tem vários poderes Constitucionais que obrigam o Governo, o PR tem poder de influência em todo o país, o PR como todos sabemos tem possibilidade de estar oficialmente presente em todo o país e/ou no estrangeiro.
Assim, talvez, deva o senhor primeiro-ministro, já amanhã, precaver-se para que algo semelhante “não” possa voltar a acontecer.
A bem da governação, de boas relações institucionais, de desenvolvimento em Democracia, num momento tão difícil para o país e para a Europa, quando algo é sigiloso é imperioso que " assim " o seja.
A. Küttner