Bombardeamento do teatro de Mariupol terá feito 300 mortos
Cerca de 300 pessoas terão morrido no teatro de Mariupol, bombardeado pela força aérea russa a 16 de março, quando centenas de pessoas estavam ali abrigadas, anunciou hoje o município desta cidade ucraniana (leste), citando testemunhas.
"Testemunhas têm informações de que cerca de 300 pessoas morreram no Mariupol Drama Theatre, na sequência do bombardeamento por um avião russo", escreveu a câmara municipal de Mariupol, na rede social de mensagens Telegram.
"Não queremos acreditar nesse horror. Queremos acreditar que todos se salvaram, mas os depoimentos de quem estava dentro do edifício quando aconteceu esse ato terrorista dizem o contrário", referiu a autarquia.
Na altura, o parlamento da Ucrânia indicou que no interior do teatro, que ficou reduzido a escombros, se tinham refugiado dos bombardeamentos muitos civis e que se desconhecia se havia sobreviventes.
O vice-presidente da câmara de Mariupol, Serhiy Orlov, indicou, então, que no teatro estavam abrigadas entre 1.000 a 1.200 pessoas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, considerou o bombardeamento como "outro horrível crime de guerra" cometido pela Rússia em Mariupol.
Mariupol, uma estratégica cidade portuária ucraniana na costa do mar interior de Azov, localizada entre a península da Crimeia (anexada pela Rússia em 2014) e o leste separatista do Donbass, está cercada pelas tropas russas há várias semanas, já que a sua conquista é um objetivo prioritário da Rússia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.035 mortos, incluindo 90 crianças, e 1.650 feridos, dos quais 118 são menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,70 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.