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Idosos da Casa de Repouso das Velas transportados para o concelho da Calheta

Foto ANTÓNIO ARAÚJO/LUSA
Foto ANTÓNIO ARAÚJO/LUSA

Os 85 utentes da Casa de Repouso João Inácio de Sousa, localizada nas Velas, em São Jorge, Açores, foram retirados do lar e levados para a Calheta devido à crise sismovulcânica, revelou hoje o presidente da instituição.

Em declarações aos jornalistas, Paulo Silveira, presidente da Casa de Repouso, revelou que a operação foi "preparada" com a Proteção Civil e com a Câmara Municipal de Velas.

Os idosos, a "maior parte com mais de 80 anos", seguiram para a Calheta, o outro concelho da ilha.

"26 utentes seguiram para a Santa Casa da Misericórdia da Calheta, para o lar. Os restantes foram para a pousada da juventude", especificou.

Paulo Silveira avançou ainda que os utentes estão a ser acompanhados pela psicóloga da instituição.

"Os idosos estão receosos, mas têm uma certa calma. Temos tido um diálogo permanente com eles e tivemos o cuidado de explicar a situação. Como sabe, com a idade que têm, não é fácil. Ficaram ressentidos, estão calmos e esperamos que corra tudo bem", assinalou.

E acrescentou: "A maior parte deles tem a memória do sismo de 1964 e têm a memória do sismo de 1980. E agora [têm presente] o sismo que recentemente houve nas Canárias. Portanto, as pessoas estão preocupadas com a situação. É natural".

Durante a tarde de hoje, várias pessoas acorreram ao terminal marítimo das Velas e ao aeroporto para abandonar a ilha de São Jorge, conforme constatou a agência Lusa nos locais.

Durante a manhã, o presidente do Governo Regional anunciou um reforço das ligações marítimas e áreas para São Jorge, para permitir a saída da população que o desejar fazer.

 Os habitantes das fajãs do concelho das Velas, em São Jorge, vão ser retirados, passando a ser proibido ir para aquelas zonas devido à crise sismovulcânica, revelou hoje o presidente do Governo dos Açores, José Manuel Bolieiro.

O presidente do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA), Rui Marques, alertou hoje que a chuva prevista para sexta-feira e sábado, conjugada com a crise sísmica, pode provocar desabamentos em São Jorge.

A atividade sísmica na ilha de São Jorge "continua acima do normal" e nas últimas horas "foram sentidos 11 sismos", informou hoje o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA).

Na quarta-feira, o CIVISA elevou o nível de alerta vulcânico na ilha de São Jorge para V4 (de um total de cinco), o que significa "possibilidade real de erupção".

Perante este cenário, o executivo açoriano recomendou à população com maiores vulnerabilidades da principal zona afetada na ilha de São Jorge que abandone as suas casas.

Também na quarta-feira, a Proteção Civil dos Açores ativou o Plano Regional de Emergência devido à elevada atividade sísmica que se regista em São Jorge desde sábado.

Os planos de emergência municipais dos dois concelhos da ilha, Calheta e Velas, também já foram ativados.

A ilha está organizada administrativamente em dois concelhos, Velas e Calheta, onde vivem, respetivamente, 4.936 e 3.437 pessoas, segundo os dados provisórios dos censos da população de 2021.