A Guerra Mundo

EUA vão acolher até 100.000 fugitivos da "agressão russa"

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Foto EPA/SEDAT SUNA

Os Estados Unidos disponibilizaram-se para acolher até 100.000 ucranianos e "outros fugitivos da agressão russa", no dia em que o Presidente Joe Biden participa em várias reuniões internacionais em Bruxelas sobre a guerra na Ucrânia.

"Enquanto esperamos que muitos ucranianos escolham permanecer na Europa perto da família e das suas casas na Ucrânia, os Estados Unidos anunciam hoje planos para acolher até 100.000 ucranianos e outros que fogem da agressão da Rússia", lê-se numa declaração divulgada hoje no 'site' da Casa Branca.

A administração do Presidente Joe Biden anunciou também que disponibilizará "mais de mil milhões de dólares [mais de 908 milhões de euros] em financiamento adicional" para reforçar a ajuda humanitária na Ucrânia.

A verba adicional será usada também para fornecer alimentos, medicamentos, abrigo e bens de primeira necessidade às populações em risco na Ucrânia, bem como às que fugiram para os países vizinhos.

Os fugitivos da agressão da Rússia "serão acolhidos nos Estados Unidos através de toda a gama de vias legais, incluindo o Programa de Admissão de Refugiados".

Será dada prioridade ao "acolhimento de ucranianos que têm familiares nos Estados Unidos", lê-se na declaração.

A anúncio coincidiu com a visita de Joe Biden a Bruxelas para participar nas cimeiras extraordinárias da NATO, União Europeia (UE) e G7 (Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido).

Até agora, a administração Biden insistiu que a maioria dos ucranianos que fugiram da Ucrânia queriam ficar o mais perto possível de casa e era pouco provável que quisessem reinstalar-se nos Estados Unidos.

No entanto, a pressão sobre Washington para fazer a sua parte aumentou à medida que o número de refugiados da invasão russa da Ucrânia aumentou para 3,67 milhões, de acordo com a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

A quota de 100.000 anunciada pelos Estados Unidos inclui não só aqueles que podem chegar ao país como refugiados, mas também pode ser preenchida por ucranianos que obtêm vários vistos, disse uma fonte oficial norte-americana citada pela agência espanhola EFE.

O anúncio foi feito na véspera de Biden viajar para a Polónia, país que já acolheu cerca de 2,17 milhões de refugiados, mais de metade dos que fugiram da Ucrânia, segundo o ACNUR.

A Casa Branca não identificou um período específico para estes refugiados e migrantes se mudarem para os Estados Unidos.

"Continuamos empenhados em assegurar que as pessoas afetadas pela guerra de agressão do Presidente Putin, especialmente as populações vulneráveis como mulheres, crianças, lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, 'queer' e intersexo (LGBTQI+), e pessoas com deficiência, possam ter acesso a alimentos, água potável, abrigo, e cuidados médicos", disse a Casa Branca.

A administração Biden anunciou também um novo programa denominado Iniciativa de Resiliência Democrática Europeia (EDRI, na sigla em inglês), dotado de 320 milhões de dólares (291 milhões de euros), para "defender os direitos humanos na Ucrânia e países vizinhos", de acordo com a declaração oficial.