Carta à procedência
A atualidade que deixa absorver a atenção da maioria dos cidadãos, faz com que por vezes nos alheemos daquilo que se passa à nossa volta, tornando-nos meros espetadores do que realmente os meios de comunicação nos querem transmitir e informar mesmo não sendo a prioridade, por vezes parece ser o necessário e suficiente para distrair as populações criando quase que um bloqueio à realidade, principalmente quando se tratam de assuntos a nível nacional e que a todos nos diz respeito. As causas ou eventuais consequências dos factos leva-nos a sofrer por antecipação, e como diz o velho ditado: o povo é que faz o milho caro, vão-se sucedendo as coisas quase que em modo de profecia. Previa-se à partida que o atual conflito que despoletou na Europa traria consequências graves para a economia de todos e principalmente para os mais pobres. Ora neste caso quem são os mais pobres da Europa? obviamente que Portugal e os portugueses. Estamos a pagar as consequências de uma gestão danosa ao longo de quase 5 décadas de regime democrático que ousa continuar a subsistir à custa da miséria e da ingenuidade dum povo, numa nação de quase 9 (nove) séculos de existência. E pensar que metade do mundo «já foi nosso», que somos um povo que facilmente se adapta a quaisquer situações, civilizações, ambientes e culturas, abnegados trabalhadores por excelência com créditos em qualquer lugar por onde se instalem, mas que no seu próprio país tem enorme dificuldade em evoluir. Por culpa dum estado castrador e o mais implacável contra quem produz e trabalha subjugando-nos a impostos sem medida. Vamos permitir que o debate político continue centrado na miséria do povo e na corrupção da classe política? Um povo de história de emigração no século passado por culpa duma ditadura, e recentemente por culpa da falta de oportunidades dum regime dito de democracia, mas que não dignificou o trabalho nem valorizou quem trabalha e de quem investe na criação de postos de trabalho, razão pela qual continuemos a ser os mais pobres desta Europa em tumulto. Será que nunca iremos ter a oportunidade de sermos aquilo que por condições que a própria natureza nos privilegia, ser um pouco mais determinados, destemidos e porque não ambiciosos? Aguardamos com ansiedade o desempenho de um novo governo que por trafulhices eleitorais tarda em ser empossado e espera o resultado da decisão de portugueses que fora do país também deveriam ter o direito a decidirem o futuro do país, mas ao que parece foram uma vez mais condicionados por um regime malicioso e manhoso que não quer perder a hegemonia do poder. Na região prepara-se a investidura política por parte de cidadãos que se propõem uma nova forma de fazer política e uma nova maneira de estar em democracia. CHEGA uma alternativa a 48 anos de prepotência, arrogância, demagogia e hipocrisia, vamos tentar dentro do possível tentar levar a política às populações descrentes, onde todos os Madeirenses e Portosantenses possam deixar de ter receio em opinar, participar, agir e ajudar a construir uma região onde a oportunidade CHEGA a todos. Restaurar a democracia, restituir a liberdade e resgatar os valores da sociedade, serão essas as nossas prioridades. Precisamos de pôr a região a trabalhar dignificando o trabalho e valorizando quem trabalha, só assim o futuro será nosso.
A. J. Ferreira