Um quarto da população deslocada, quase 3,7 milhões refugiados ucranianos
Cerca de 3,7 milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde 24 de fevereiro devido aos combates desencadeados pela invasão militar russa, segundo dados divulgados hoje pela Organização das Nações Unidas (ONU).
A ONU calcula que quase 6,5 milhões de pessoas estejam deslocadas internamente na Ucrânia, pelo que são mais de dez milhões, ou seja mais de um quarto da população do país, as pessoas que tiveram de abandonar as suas casas.
O Gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) refere que até hoje, cerca das 12:00 GMT, o número de refugiados ucranianos era exatamente 3.674.952, mais 48.406 do que na quarta-feira.
Este é o fluxo mais rápido de refugiados que a Europa conheceu desde a Segunda Guerra Mundial.
Cerca de 90% dos que fugiram da Ucrânia são mulheres e crianças, contabilizando a UNICEF mais de 1,5 milhões de crianças.
Só a Polónia acolhe 2.173.944 pessoas, ou seja mais de metade de todos os refugiados que fugiram desde o início da invasão russa.
A Roménia, a Moldova, a Hungria e a Eslováquia surgem a seguir na lista de países para onde mais ucranianos fugiram devido à guerra.
O número de pessoas que encontraram refúgio na Rússia ascende a cerca de 271.254, segundo os dados recolhidos até 22 de março, o último número disponível.
O ACNUR esclarece que para os países europeus limítrofes da Ucrânia que fazem parte do espaço Schengen (Hungria, Polónia, Eslováquia), os números apresentados são das pessoas que atravessaram a fronteira e entraram no país, estimando que "um grande número" dessas pessoas "continuou a sua viagem para outros países".
Além disso, a organização diz que não conta com pessoas de países vizinhos que residiam na Ucrânia e deixaram o país para regressar a casa.
A ONU confirmou também hoje que pelo menos 1.035 civis morreram e 1.650 ficaram feridos na guerra da Ucrânia, sublinhando que os números reais podem ser muito superiores.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia, que foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, cuja resposta incluiu o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.