Banco de Portugal estima que taxa de desemprego caia para 5,9% este ano
O Banco de Portugal (BdP) prevê que a taxa de desemprego caia para 5,9% este ano, ligeiramente abaixo dos 6% anteriormente previstos, de acordo com o boletim económico, hoje divulgado.
O regulador bancário prevê que a taxa de desemprego diminui para 5,9% em 2022, para 5,7% em 2023 e para 5,6% em 2024, face aos 6,6% registados em 2021.
As previsões para este ano da instituição liderada por Mário Centeno são as mais otimistas entre as principais instituições nacionais e internacionais, com o Ministério das Finanças a estimar uma taxa de 6,5%, o Fundo Monetário Internacional e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico de 6,7% e o Conselho das Finanças Públicas de 6,4%.
"A recuperação do mercado de trabalho tem sido mais rápida do que o antecipado, o que envolveu revisões sucessivas em baixa das projeções para a taxa de desemprego ao longo de 2021", justifica o BdP.
O Banco de Portugal dá nota de que, no quarto trimestre de 2021, as taxas de desemprego e de subutilização do trabalho estavam 0,5 pontos percentuais (p.p.) e 1,3 p.p. abaixo dos valores observados em 2019, respetivamente, tendo esta última atingido o valor mais baixo dos últimos 10 anos.
O supervisor destaca que a evolução recente destes indicadores sugere uma redução da margem de crescimento do emprego por incorporação de desempregados ou desencorajados.
De acordo com o boletim económico, no mercado de trabalho, "continua a assistir-se a um aumento do emprego, mas a um ritmo progressivamente menor".
O regulador espera que o emprego cresça 1,4% em 2022, que compara com os 2,1% em 2021, e 0,5%, em média, no período 2023-24, enquanto as horas trabalhadas também aumentam 5,1% em 2022 (5% em 2021) e 1,3%, em média, em 2023-24.
"Este comportamento das horas trabalhadas reverte o ajustamento ocorrido durante a crise pandémica, caracterizado por uma queda acentuada das horas médias trabalhadas por trabalhador e mais atenuada do emprego, em resultado das políticas implementadas", refere.
A instituição destaca que a evolução do emprego traduz "a recuperação da atividade -- em particular, nos setores mais afetados pela pandemia" e "resulta do aumento da população ativa e da redução do número de desempregados e desencorajados, embora com contributos decrescentes".