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PSD espera "foco nos problemas dos portugueses" e "postura diferente" na saúde

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Foto facebook Nuno Carvalho

O PSD apelou hoje a que o novo executivo se concentre "nos problemas dos portugueses", com menos notícias sobre temas laterais, como as relações entre o primeiro-ministro e o Presidente da República ou "os potenciais futuros líderes do PS".

Em declarações aos jornalistas no parlamento, o deputado social-democrata Nuno Carvalho manifestou a expectativa de que Marta Temido, que se manterá como ministra da Saúde, tenha "uma postura diferente" no futuro Governo.

"Da parte do PSD, o que se espera é que o Governo possa entrar em funções e que aproveite as pastas em que houve renovação para abordar os principais problemas do país e que não continuem a existir notícias que afastem o Governo da sua principal missão: tratar de uma conjuntura muito mais adversa do que se esperava há uns meses", defendeu.

Instado a comentar o cancelamento da audiência do Presidente da República com o primeiro-ministro, na quarta-feira, depois de a lista dos ministros ter sido divulgada na comunicação social, o deputado lamentou que os destaques sobre a formação do novo executivo se tenham centrado "em tudo menos no trabalho do Governo".

"Fala-se de procurar ter todos os potenciais futuros líderes do PS no Governo - o que é uma questão interna do PS e não do país -, fala-se de eventuais questões institucionais na relação entre o primeiro-ministro e o Presidente da República, fala-se até num ministro do Ambiente que pode ter olhos postos noutras eleições, o que seria muito estranho", disse, numa referência a Duarte Cordeiro e às autárquicas de Lisboa.

Sobre a composição do XXIII Governo, Nuno Carvalho afirmou que o PSD espera que a ministra da Saúde, apesar de ser a mesma, "tenha uma postura diferente", desde logo começando por receber os médicos, alertando para as queixas que se ouviram no setor pela sua continuidade.

Por outro lado, saudou que tenham sido feitas mudanças em pastas "em que já se exigiam alterações", dando como exemplo a Educação e do Ambiente.

Questionado sobre o que espera dos futuros ministros das Finanças e da Economia - Fernando Medina e António Costa Silva, respetivamente -, o deputado do PSD disse esperar que compreendam que "o Orçamento do Estado que existia já não é o que é necessário".

"Quanto ao perfil das pessoas em si, destacar que as Finanças que é muito mais político e que também encaixa neste leque de uma visão do PS para o futuro. O que é necessário é que o ministro das Finanças interaja com o país", apelou.

O primeiro-ministro, António Costa, apresentou na quarta-feira ao Presidente da República, a composição de um Governo com 17 ministros, menos dois do que no anterior.

Este é o terceiro Governo chefiado por António Costa e o seu primeiro com maioria absoluta. Pela primeira vez, a composição de um executivo conta com mais mulheres do que homens, excluindo o primeiro-ministro.

Há novos titulares nas Finanças (Fernando Medina), nos Negócios Estrangeiros (João Gomes Cravinho), na Defesa (Helena Carreiras), na Administração Interna (José Luís Carneiro), na Justiça (Catarina Sarmento e Castro), na Economia e Mar (António Costa Silva), nos Assuntos Parlamentares (Ana Catarina Mendes), na Ciência e Ensino Superior (Elvira Fortunato), na Educação (João Costa), no Ambiente (Duarte Cordeiro) e na Cultura (Pedro Adão e Silva).

Continuam no executivo, e nas mesmas pastas, seis ministros: Mariana Vieira da Silva (Presidência), Marta Temido (Saúde), Ana Mendes Godinho (Segurança Social e Trabalho), Ana Abrunhosa (Coesão Territorial), Maria do Céu Antunes (Agricultura) e Pedro Nuno Santos (Infraestruturas e Habitação).

Abandonam o Governo 11 ministros: Alexandra Leitão, Graça Fonseca, Francisca Van Dunem, João Leão, Augusto Santos Silva, Pedro Siza Vieira, Nelson de Souza, Matos Fernandes, Manuel Heitor, Tiago Brandão Rodrigues e Ricardo Serrão Santos.