Análise oficial britânica diz que Moscovo pode mobilizar reservistas
Os serviços secretos britânicos admitem que as "milhares de baixas russas" na campanha ucraniana podem vir a obrigar Moscovo a contratar mercenários e a mobilizar reservistas na Rússia.
"É provável que a Rússia venha a mobilizar reservistas e recrutas, assim como efetivos de companhias militares privadas e mercenários estrangeiros", refere o Ministério da Defesa do Reino Unido com base em dados recolhidos pelos serviços de informações britânicos.
Mesmo assim, o relatório britânico diz desconhecer de que forma os recrutas e mercenários vão integrar as forças russas que já se encontram no terreno.
A análise do Ministério da Defesa britânico indica também que o Exército ucraniano "está a aumentar a pressão" sobre as forças russas a noroeste de Kiev afetando as linhas de abastecimento.
"As forças ucranianas estão a levar um contra-ataque com êxito as posições russas nas cidades próximas da capital e é provável que tenham reconquistado Makariv e Moschun", diz o Ministério da Defesa do Reino Unido.
Por outro lado, a revista norte-americana Newsweek que cita informações da publicação independente russa Agentstvo publicou a notícia indicando que o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, não é visto há 12 dias.
A notícia da Agentstvo, que diz ter informações transmitidas por uma fonte oficial não identificada, especula que Shoigu pode ter sofrido "problemas cardíacos".
A publicação Agentstvo escreveu também que desde o passado dia 11 de março "não se sabe nada" sobre Valeri Guerasimov, chefe de Estado Maior das Forças Armadas da Rússia.
Tanto Sergei Shoigu como Valeri Guerasimov fazem parte do círculo de poder, próximo do chefe de Estado, Vladimir Putin.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 977 mortos, dos quais 81 crianças e 1.594 feridos entre a população civil, incluindo 108 menores, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,60 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.