Que desapareça para sempre
Não consigo deixar de pensar naquela mesa compridíssima que correu o mundo onde Putin recebe os seus colaboradores ou/e convidados com ele numa ponta e os outros na oposta, imagem bem demonstrativa da falta de confiança com que lida com os interlocutores. Putin vive em pânico já não tem confiança em ninguém. Ainda tal imagem me dançava no pensamento quando a propósito do 8º aniversário da ocupação da Crimeia, a que os russos vergonhosamente chamam “anexação”, reuniram cerca de 80 mil pessoas no estádio Luzhniki em Moscovo. Para quem assistia pela televisão, a meio do discurso, Putin desapareceu. Em seu lugar, um conjunto musical. Resolvida a “falha técnica” segundo o Kremlin, Putin aparece de novo como se de magia se tratasse. Tal e qual como nos espectáculos de ilusionismo. Ora, sabendo nós que o medroso Putin toma todos as cautelas possíveis e imagináveis, a presença dele no estádio não teria sido virtual? Aquilo que todo o mundo livre e democrático, principalmente os ucranianos, mais desejamos, é que Putin desapareça mesmo. Para sempre se possível.
Jorge Morais