Ainda, as afirmações e vontades...
No DN de 23 de Março, o Eng. Duarte Caldeira respondeu à minha carta de 19 de Março com a sua explicação, relativamente ao que afirmou a 12 de Março no Congresso do PS e que eu tive ocasião de ver no telejornal da RTP Madeira.
Em primeiro lugar, permita-me que esclareça que não sou Dr. nem o “outro” que é, com quem penso que me está a confundir, independentemente da consideração e estima que me merece também e que penso ser mútua.
Pese ter tido excelentes professores e mestres, como foi o caso da sua irmã Fernanda, com quem tive explicações há mais de 50 anos, nas instalações da sua empresa na Rua da Praia, fiquei-me, apenas, pelo “antigo sétimo ano do liceu”, o que não deixa de me orgulhar e que para a “época” já era muito bom; faço o esclarecimento, pois acho que cada um, só deve usar o que, efectivamente, tem direito.
De qualquer modo, gostaria de agradecer a atenção e a deferência, com a explicação detalhada a propósito das suas afirmações.
Eu tinha percebido, que era o seu desejo (ou vontade) o que respeito, mas, a minha visão e perspectiva, como tive ocasião de explicar, é outra e diferente. Ainda bem que assim é, e daqui não vem mal nenhum ao mundo.
Ficaria bem na modalidade do “politicamente correcto”, poder dizer, que é muito mais o que nos une, do que o que nos separa, mas, infelizmente, neste caso é exactamente o contrário.
Em termos políticos, sou um ignorantão, mas, não deixei de registar a sua afirmação e cito…“Se acontecer o governo da República mudar de côr, o que não é provável nos tempos mais próximos e na Madeira o PS-M for poder…”, aqui e cá para mim, apenas e só como eleitor, com este tipo de rumo e visão, a probabilidade de isso acontecer, será ainda mais longínqua…! Tal como temos visto.
Acredito muito e cada vez mais na Autonomia e no respeito que os Governos, de lá e de cá, devem ou deveriam ter, pelas funções e responsabilidades de cada qual, independentemente das cores e sem ser necessário “cunhas” (e eu a pensar, que isto eram coisas, do tempo da outra “senhora”) mas, se calhar isto não seria muito político…, nem interessante. Custa-me muito aceitar o “status quo”! Feitios!
Há quase 40 anos, como dizia, tive o privilégio, de ter sido um dos fundadores, de uma empresa regional, que é hoje líder do seu sector em Portugal. Não foi fácil e não é muito comum; mas, sem dúvida, que uma das razões que concorreu e foi determinante para isso, foi não termos espírito de “agente” e desde o primeiro dia, tirando partido da Autonomia da Madeira, trabalhámos sempre, com as fábricas directamente e nunca com a representação para a Madeira, dada pelo representante em Portugal. Foi pensar “grande”, mas, acredite que funcionou e valeu a pena.
Deixo-lhe a minha perspectiva e o meu abraço.
João Abel de Freitas