Rússia confirma duas trocas de prisioneiros
A Rússia e a Ucrânia realizaram duas trocas de prisioneiros desde a entrada das forças russas no território ucraniano, declarou hoje a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, mas sem precisar datas ou o número de prisioneiros envolvidos.
"O Ministério de Defesa da Rússia organiza diariamente corredores humanitários e a retirada de civis de localidades (ucranianas). Além disso, realizaram-se duas trocas de prisioneiros entre a Rússia e a Ucrânia", disse Maria Zajarova num comunicado publicado na página de Internet do ministério.
Zajarova criticou ainda a União Europeia (UE) por declarações sobre o uso de refugiados ucranianos por parte da Rússia como "um novo instrumento de pressão".
"Na realidade, são as autoridades de Kiev que impedem a retirada para o nosso país e empurram os refugiados à força para oeste. Muitos deles, ainda assim, tentam chegar à Rússia, onde têm familiares, mas os países europeus, principalmente a Polónia, não o permitem", afirmou a porta-voz da diplomacia russa.
A Rússia anunciou esta semana que estava disposta a trocar mais de 500 prisioneiros de guerra ucranianos capturados durante a atual "operação especial militar" no país vizinho.
Na primeira troca, Moscovo aceitou libertar o autarca da cidade ucraniana de Melitopol, Iván Fedorov, em troca de nove soldados russos.
A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de março pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de dez milhões de pessoas, mais de 3,5 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU -- a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, e muitos países e organizações impuseram à Rússia sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 28.º dia, causou um número ainda por determinar de mortos civis e militares e, embora admitindo que "os números reais são consideravelmente mais elevados", a organização confirmou hoje pelo menos 953 mortos e 1.557 feridos entre a população civil, incluindo mais de 180 crianças.