Papa diz que fabrico e compra de armas não é a solução para a guerra
O Papa lembrou hoje as vítimas do conflito na Ucrânia durante a audiência geral no Vaticano e salientou que "a compra e a fabrico de armas não são a solução" para a guerra, sendo necessário "trabalhar pela paz".
"Recordamos as vítimas da guerra, as notícias dos deslocados, das pessoas que fogem, dos mortos, dos feridos e de tantos soldados caídos, de um lado e do outro. São notícias de morte. Pedimos ao Senhor da vida que nos liberte desta morte que é a guerra", disse Francisco, numa nova mensagem a pedir o fim da guerra na Ucrânia.
Francisco afirmou que "com a guerra, tudo se perde. Não há vitória numa guerra. Tudo é derrota".
"Que o Senhor envie o seu espírito para nos fazer entender que a guerra é uma derrota para a humanidade e que temos que vencê-la. Para nos libertar dessa necessidade de autodestruição", disse.
O Papa também pediu orações pelos governantes "para que entendam que comprar e fabricar armas não é a solução para o problema".
"A solução é trabalharmos juntos pela paz e, como diz a Bíblia, fazer das armas instrumentos para a paz", acrescentou Francisco.
O Papa explicou que "o ódio e a ira" que sente pela guerra lhe foi transmitido pelo seu avô italiano, que lutou durante a Primeira Guerra Mundial na chamada Batalha de Piave contra o Império Austro-Húngaro.
"Foi ele quem me transmitiu essa ira, porque me falou do sofrimento da guerra e isso não se aprende nos livros, mas assim passando dos avós para os netos", acrescentou o Papa.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 953 mortos e 1.557 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,53 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.