A Guerra Mundo

Zelensky deve discursar virtualmente durante cimeira de líderes da NATO

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, deverá discursar por videoconferência perante os líderes dos países da NATO, que se reúnem em Bruxelas na quinta-feira para uma cimeira extraordinária dedicada à invasão russa da Ucrânia, revelou hoje a Aliança Atlântica.

"Zelensky está convidado a discursar na cimeira da NATO por videoconferência. Esta será uma oportunidade para os líderes dos países aliados ouvirem diretamente [do presidente ucraniano] sobre a situação catastrófica em que o povo daquele país se encontra por causa da agressão russa", referiu, em comunicado, um oficial da Aliança Atlântica, citado pela agência AFP.

O porta-voz do Presidente ucraniano, Serguii Nikiforov, já tinha indicado que Zelensky teria "parte ativa" na cimeira da NATO com um discurso, no mínimo, e com uma participação plena, através de videoconferência, no máximo, noticiou a agência Interfax-Ucrânia.

O chefe de Estado da Ucrânia vai pedir ajuda para acabar com a invasão russa, segundo explicou o porta-voz.

"[A ajuda] Pode ser feita de várias formas. Proibindo o espaço aéreo, fornecendo à Ucrânia meios poderosos de defesa aérea e de aviação", vincou.

Por outro lado, "não serão discutidas novas fórmulas de segurança" para a Ucrânia.

Volodymyr Zelensky referiu em 15 de março que era necessário "reconhecer" que a Ucrânia não poderá ingressar na NATO, sendo esta uma das questões invocadas pela Rússia para justificar a invasão.

"Os Aliados estão a ajudar a Ucrânia a fazer valer o seu direito fundamental de se defender, fornecendo-lhe uma quantidade significativa de equipamento militar essencial", salientou o funcionário da NATO no comunicado.

A mesma fonte explicou que durante a cimeira, Aliados e Ucrânia vão refletir o que a NATO pode fazer para fortalecer o apoio a Kiev.

A cimeira extraordinária da NATO foi convocada para quinta-feira pelo secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, o mesmo dia em que se realizam em Bruxelas uma cimeira do G7 e uma cimeira da União Europeia.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que marcará presença nestes três eventos, anunciou que os ocidentais vão aplicar "novas sanções contra a Rússia e fortalecer" as que já existem.

"Ele vai juntar-se aos nossos parceiros na imposição de mais sanções à Rússia e no reforço das sanções existentes para punir as tentativas de fuga e garantir o seu rigoroso cumprimento", declarou o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, escusando-se a fornecer mais pormenores sobre as novas sanções que o Presidente anunciará.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 953 mortos e 1.557 feridos entre a população civil, incluindo mais de 180 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,53 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.