Ainda não há evidência de actividade vulcânica em São Jorge
O secretário regional da Saúde dos Açores disse hoje que não há, neste momento, evidências de que haja atividade vulcânica em São Jorge, mas assegurou que as entidades competentes estão atentas e vão informar a população.
"Não há qualquer sinal ou evidência de atividade vulcânica, quer pelo satélite, quer pelos sensores. Todas as ocorrências sísmicas têm origem tectónica. No entanto, pelo histórico e pela localização sucessiva dos epicentros, poderá ocorrer esta situação", afirmou o titular da pasta da Saúde nos Açores, que tutela também a Proteção Civil, Clélio Meneses, numa conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo.
Desde sábado à tarde já foram registados mais de 1.800 sismos na ilha de São Jorge, 104 dos quais sentidos pela população. Só hoje, desde a meia-noite, foram sentidas 22 ocorrências.
Segundo o secretário regional da Saúde, a atividade sísmica está a uma profundidade entre os seis e os 12 quilómetros, o que "não indicia qualquer risco eminente de atividade vulcânica", mas a situação pode vir a alterar-se.
"É um sinal, dizem os especialistas, de que não está muito perto da superfície, o que não será propriamente propiciador de erupção vulcânica. No entanto, tudo isto está a ser acompanhado com rigor, com precisão, de modo que possamos acautelar a segurança das pessoas", afirmou.
Clélio Meneses frisou que as entidades oficiais não estão "a esconder nada" da população e que estão a acompanhar o evoluir da situação "ao minuto", estando preparadas para tomar decisões em caso de "maior emergência".
"Se se começar a perceber que estão a subir à superfície estes eventos sísmicos é um sinal de preocupação e aí transmitimos", garantiu.
O secretário regional da Saúde sublinhou ainda que a crise sísmica está a ser acompanhada "em análise permanente" por várias entidades, com o conhecimento técnico do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) e do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
"Qualquer situação que seja necessário comunicar, comunicaremos, na perspetiva de as pessoas estarem informadas. Muitas vezes o desconhecimento alimenta o medo e é isso que não queremos fazer. Estamos a comunicar o que se passa para que as pessoas saibam", acrescentou.
O governante recomendou à população que esteja atenta à informação das entidades competentes, apelando a que "não temam algo que não está a acontecer".
"O grande conselho é que as pessoas mantenham a calma possível num momento de transtorno como este que estão a viver desde sábado, tal é a intensidade da atividade sísmica, mas estejam atentos à informação que vai ser dada", afirmou.
Clélio Meneses desaconselhou, por outro lado, deslocações para a ilha de São Jorge, que possam ser adiadas, dando como exemplo atividades desportivas ou culturais.
"Aconselha-se a que não se desloquem nesta situação de crise sísmica. Havendo algum evento, com impacto maior, são mais pessoas" para serem retiradas, explicou.