PS acusa Governo Regional do PSD/CDS de esconder realidade sobre a saúde mental
O Grupo Parlamentar do Partido Socialista lamenta o chumbo da audição parlamentar ao presidente do Instituto de Administração da Saúde, Bruno Freitas, e aos anterior e atual diretores do Serviço de Psiquiatria do Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira, Daniel Neto e Ivone Nunes, respetivamente.
Na sequência de entrevistas recentes, onde foram colocados a nu alguns dos problemas que enfermam o Serviço de Psiquiatria e a prestação de cuidados de saúde mental na Região, e que estiveram na base da demissão de Daniel Neto, os socialistas pretendiam obter esclarecimentos no Parlamento, mas, esta tarde, na Comissão de Saúde e Assuntos Sociais, a maioria travou esta pretensão. Uma atitude que, no entender do Grupo Parlamentar do PS, é "reprovável e mostra que o PSD e o CDS compactuam com o Governo Regional na estratégia errada de esconder os dados e os problemas ligados à saúde mental".
Recorde-se que, em entrevista ao JM, Daniel Neto havia afirmado que, “nos últimos 10 anos, os serviços de saúde na RAM não têm feito o seu trabalho” no que se refere ao combate e tratamento dos casos ligados ao consumo das novas substâncias psicoativas e, posteriormente, numa outra notícia, após o anúncio da sua demissão, deu conta que a Madeira está atrasada 30 anos no tratamento das doenças mentais.
Outro assunto que o PS queria ver esclarecido prende-se com o facto de, como foi noticiado, "haver doentes agudos internados nas casas de saúde mental que são chamados a assumir os custos com outros cuidados médicos, como cardiologia, ortopedia ou outras especialidades, naquilo que pode ser encarado como um negócio". Na ocasião, em declarações ao mesmo órgão de comunicação social, o presidente do IASAÚDE apontava que o Serviço Regional de Saúde não tinha capacidade de suportar nas suas instalações todos os doentes psiquiátricos que necessitam de internamento.
“Estamos perante situações preocupantes e que deveriam merecer um esclarecimento cabal, mas, uma vez mais, a maioria evita que os madeirenses e porto-santenses possam ser devidamente informados”, criticam os socialistas, frisando que não é escondendo a realidade que os problemas serão resolvidos.