A Guerra Mundo

Refugiados em risco de cair em redes criminosas

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Foto EPA

A Europol alertou hoje para o perigo de os refugiados ucranianos poderem cair nas redes de tráfico de seres humanos quando chegam à União Europeia (UE), instando os países de acolhimento a permanecerem vigilantes.

"O número de potenciais vítimas que chegam da Ucrânia é suscetível de atrair tanto abusadores individuais como oportunistas que se fazem passar por voluntários, bem como redes criminosas especializadas no tráfico de seres humanos", advertiu a agência policial da UE numa declaração citada pela agência notícias France Presse (AFP).

As áreas de maior preocupação, segundo a Europol, são as zonas fronteiriças, centros de receção e alojamento e centros de transporte, tais como estações de comboio e de autocarro.

A Europol recorda que muitas das pessoas vítimas de tráfico que são exploradas na UE são oriundas da Europa Oriental, que é também uma região de origem para os membros de muitas redes criminosas.

A maioria das pessoas que neste momento fogem da guerra na Ucrânia são mulheres, crianças e pessoas vulneráveis em risco de exploração sexual e laboral, bem como de crime forçado e mendicidade.

"Os países que acolhem refugiados da Ucrânia devem permanecer atentos às indicações ou tentativas de recrutamento de potenciais vítimas de tráfico de seres humanos", afirmou a Europol.

"A curto prazo, os riscos mais elevados dizem respeito ao potencial alvo das vítimas por parte dos criminosos, sob o pretexto de transporte promissor, alojamento gratuito, emprego ou outras formas de apoio imediato", explicou a Europol.

A utilização de grupos nas redes sociais (criados por voluntários) onde são colocados pedidos individuais e ofertas de apoio são também fontes de informação ideais para grupos criminosos, que podem utilizar estas plataformas para identificar e contactar potenciais vítimas, acrescentou aquela polícia.

A guerra já provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,48 milhões para os países vizinhos, segundo os últimos números da ONU, que revelam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.