Costa reúne-se com bancada do PS na 4.ª feira após apresentar novo Governo em Belém
O secretário-geral do PS reúne-se na quarta-feira, pelas 20:00, com a nova bancada socialista, ocasião em que deverá apresentar aos deputados as suas propostas de candidato a presidente da Assembleia da República e de líder parlamentar.
De acordo com fonte socialista, está reunião será fechada à comunicação social e deverá ocorrer depois de António Costa ser recebido no Palácio de Belém pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para lhe apresentar a composição do seu Governo.
Antes de se deslocar ao Palácio de Belém, o primeiro-ministro participa, pelas 17:00, com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e com o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, na sessão solene de lançamento das comemorações dos 50 anos do 15 de Abril de 1974, no Pátio da Galé, em Lisboa
Na passada sexta-feira, em Roma, em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro afirmou que tenciona entregar a lista de ministros do próximo Governo ao Presidente da República na noite de 23 de março [quarta-feira], antes de se deslocar a Bruxelas para uma cimeira da NATO e um Conselho Europeu.
"Eu e o Presidente da República temos ajustado já várias vezes o calendário em função daquilo que têm sido várias das vicissitudes. Portanto, aquilo que neste momento está previsto é que a conclusão do apuramento dos resultados [no círculo da Europa] ocorra na próxima quarta-feira, dia 23, e que, portanto, antes de partir para Bruxelas, eu possa entregar ao senhor Presidente da República a lista dos ministros que integrarão o próximo Governo", declarou.
Em relação à escolha de quarta-feira para proceder à apresentação do elenco do seu novo executivo, António Costa alegou a necessidade de se "aguardar que estejam apurados os resultados" da repetição das eleições no círculo da Europa.
"E, como sabe, foi marcada entretanto uma cimeira extraordinária da NATO para quinta-feira [25 de março] logo de manhã e, portanto, impede que o encontro que estava combinado para quinta-feira de manhã não possa ter lugar", justificou.
"Mas isso está ajustado entre mim e o senhor Presidente da República. Não haverá problemas de contacto entre nós. O que é desejável é que o apuramento de resultados decorra com total normalidade, que o sentido cívico dos nossos compatriotas, que votaram massivamente nesta repetição das eleições seja devidamente tido em conta e os seus votos sejam devidamente contados e transformados nos dois mandatos parlamentares que faltam preencher", concluiu.
Também na sexta-feira, em Maputo, durante a sua visita oficial a Moçambique, o Presidente da República afirmou que espera divulgar a composição do novo Governo na próxima quarta-feira e dar-lhe posse na tarde de 30 de março, já com ministros e secretários de Estado.
Há um mês, Marcelo Rebelo de Sousa tinha apontado 29 de março como data provável para a posse do Governo, mas hoje avançou um dia no calendário, estimando que "a Assembleia da República será instalada no dia 29" e que "a posse será, desejavelmente de ministros e secretários de Estado, no dia 30 à tarde".
Em declarações aos jornalistas, num hotel de Maputo, Marcelo Rebelo de Sousa confirmou que acertou com o primeiro-ministro, António Costa, que o receberá no fim de tarde ou na noite de 23 de março para que lhe apresente a orgânica e os nomes propostos para o seu novo executivo.
O chefe de Estado acrescentou que, se não for suscitada "nenhuma questão que o impeça", irá divulgar a composição do Governo "à hora a que terminar a audiência com o senhor primeiro-ministro, um pouco depois, mais tempo, menos tempo depois".
Marcelo Rebelo de Sousa, que se escusou a "formular expectativas" sobre o novo elenco governativo, explicou que este calendário se baseia na suposição de que "23 é o dia em que se saberão os resultados" das eleições repetidas no círculo da Europa e que "não há impugnação".
Nas legislativas antecipadas de 30 de janeiro, o PS venceu com maioria absoluta, com 41,5% dos votos e 118 dos 230 deputados, enquanto o PSD obteve cerca de 27,8% dos votos e 72 deputados, faltando apenas atribuir os dois mandatos do círculo da Europa, cuja votação teve de ser repetida.