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Governo português activa apoios a Moçambique após ciclone Gombe

Foto ANDRÉ CATUEIRA/LUSA
Foto ANDRÉ CATUEIRA/LUSA

O Governo português vai ativar mecanismos de apoio às vítimas do ciclone Gombe em Moçambique, bem como para recuperação de infraestruturas, anunciou hoje o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André.

"Vamos ativar uma vez mais o instrumento de resposta rápida do [Instituto da Cooperação e da Língua] Camões, para apoiar as populações", referiu hoje ao discursar na abertura de um encontro do Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, com a comunidade portuguesa em Moçambique.

O mesmo instrumento foi ativado pela última vez há um ano, para Moçambique, após o ataque de grupos armados à vila de Palma, em Cabo Delgado, agravando a crise humanitária no norte do país, que já afeta cerca de 860 mil pessoas.

Na altura, a linha de apoio serviu para disponibilizar 250 mil euros para intervenções de organizações não-governamentais que entregaram bens de primeira necessidade e prestaram outros apoios a deslocados, na sequência do ataque.

No caso do ciclone Gombe, cujas chuvas atingem o norte e centro de Moçambique há mais de uma semana (desde 11 de março), a alocação de verbas vai depender das necessidades a reportar pelas autoridades moçambicanas, num levantamento ainda em curso, detalhou Francisco André à Lusa após a intervenção.

Além do instrumento de resposta rápida, serão também "disponibilizadas verbas para apoiar a recuperação de infraestruturas que tenham sido afetadas" e, num outro ângulo, serão reorientados projetos na área da cooperação e desenvolvimento para apoio às comunidades afetadas.

Francisco André sublinhou que Moçambique "é seguramente" dos países que menos contribui para as alterações climáticas, mas "um dos mais afetados por estas alterações".

"A solidariedade que queremos prestar tem de se traduzir através de medidas concretas", justificou durante o seu discurso.

O número de mortos provocados pela passagem do ciclone tropical Gombe em Moçambique subiu na quinta-feira para 51, com destruição generalizada de habitações (de construção tradicional, com blocos de argila e caniço), pontes e vias de acesso.

A principal ligação do país, a Estrada Nacional 1, que liga o norte e o sul de Moçambique, está desde sábado cortada na província central da Zambézia, depois de as chuvas terem arrastado parte de um troço.

O país aproxima-se da reta final da atual época ciclónica, que acontece anualmente entre outubro e abril, com fortes tempestades.