EUA condenam ataques de houthis no Iémen e Riade reduz produção petrolífera
Os Estados Unidos condenaram hoje o ataque com mísseis perpetrado pelos rebeldes houthis no Iémen a instalações petrolíferas e a Arábia Saudita anunciou uma "redução temporária" da produção de petróleo da Aramco.
Os rebeldes iemenitas houthis atacaram no sábado as instalações da companhia petrolífera estatal saudita, a Aramco, bem como outros alvos no sudoeste do país, utilizando 'drones' e mísseis balísticos e de cruzeiro, provocando danos materiais, mas sem causar vítimas.
"Condenamos os ataques houthis das últimas 48 horas contra a infraestrutura civil da Arábia Saudita. Estes ataques tiveram como alvo instalações de tratamento de água, de petróleo e gás natural", afirmou, em comunicado, Jake Sullivan, assessor da segurança nacional do Presidente norte-americano, Joe Biden.
O alto funcionário denunciou que o ataque foi possível graças ao Irão, país que "proporciona mísseis, 'drones', capacitação e experiência" aos houthis, algo que "viola" as resoluções do Conselho de Segurança da ONU que proíbem o envio de armas ao Iémen.
"Está na hora de pôr fim a esta guerra, mas isso só pode acontecer se os houthis aceitarem cooperar com as Nações Unidas. Os Estados Undios apoiam plenamente esses esforços e continuaremos a apoiar os nossos parceiros na defesa do seu território", afirmou Sullivan.
Por sua vez, a Arábia Saudita anunciou hoje uma "redução temporária" da sua produção de petróleo numa das instalações da Aramco, alvo de um ataque dos rebeldes huthis do vizinho Iémen.
A Arábia Saudita lidera uma coligação militar de países sunitas que apoiam o Governo iemenita, desde 2015, contra os rebeldes houthis, movimento xiita apoiado pelo Irão.
Um dos ataques à refinaria Yasref, na cidade industrial de Yanbu, no mar Vermelho, "resultou numa redução temporária da produção (...), que será compensada por 'stocks'", disse o Ministério da Energia saudita, num comunicado, sem especificar a extensão.
De acordo um responsável do ministério, dois 'drones' foram lançados sobre a unidade de gás de Yanbu e outra sobre a refinaria Yasref, que produz 400.000 barris por dia.
Quando chegou ao poder, há um ano, Biden deixou de apoiar as operações militares da coligação árabe no Iémen e retirou os rebeldes houthis da sua lista de grupos terroristas, mas há algumas semanas disse que estava a considerar voltar a incluí-los na lista.
A guerra no Iémen causou a morte de cerca de 380.000 pessoas, segundo a ONU, a maioria devido às consequências indiretas do conflito, enquanto milhões de outras foram forçadas a fugir das suas casas.