ONU confirma 902 civis mortos e 1.459 feridos até sábado
A guerra na Ucrânia provocou pelo menos 902 mortos e 1.459 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, até ao final de sábado, anunciou hoje a ONU.
No seu relatório diário sobre baixas civis, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) contabiliza 75 crianças mortas e 98 feridas.
Os dados referem-se ao período entre 24 de fevereiro, quando a Rússia invadiu a Ucrânia, e as 24:00 de sábado (hora local), correspondendo a 24 dias de combates.
A agência da ONU para os direitos humanos acredita que os números reais de baixas civis, incluindo crianças, "são consideravelmente mais elevados, especialmente em território controlado pelo Governo" ucraniano, mais sujeito à ofensiva russa.
"A maioria das baixas civis registadas foi causada pela utilização de armas explosivas com uma vasta área de impacto, incluindo bombardeamentos de artilharia pesada e sistemas de mísseis, e ataques aéreos e de mísseis", lê-se no relatório.
O ACNUDH adiantou que "a receção de informações de alguns locais onde têm ocorrido hostilidades intensas tem sido adiada e muitos relatórios ainda estão pendentes de corroboração".
Referiu, em particular, as cidades de Mariupol e Volnovakha (na região de Donetsk), Izium (Kharkiv), Sievierodonetsk e Rubizhne (Lugansk), e Trostianets (Sumy), "onde há alegações de centenas de baixas civis" que não estão incluídas nos números divulgados hoje.
Segundo a agência da ONU, um aumento de vítimas entre dois relatórios diários não implica que corresponda a mortos e feridos ocorridos num período de 24 horas, porque o processo de verificação é demorado e pode demorar vários dias.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 25.º dia, provocou também um número por determinar de baixas militares e levou mais 10 milhões de pessoas a fugir de casa, incluindo cerca de 3,4 milhões que se refugiram nos países vizinhos.
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, de acordo com as Nações Unidas.
A ONU considera que se trata da pior crise do género na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão da Ucrânia foi condenada pela generalidade da comunidade internacional e muitos países e organizações impuseram sanções à Rússia que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.