A Guerra Mundo

Sánchez revela que pediu à UE o encerramento dos portos a navios russos

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Foto EPA

O primeiro-ministro espanhol revelou hoje que Madrid tem vindo a propor "há vários dias" à União Europeia o fecho de todos os portos marítimos aos navios com bandeira russa, a par do encerramento do espaço aéreo já em vigor.

Pedro Sánchez explicou num debate parlamentar que não revelou previamente que tinha exigido o encerramento dos portos europeus aos navios russos, porque para ele o importante não é se um ou outro país é "o primeiro" a antecipar alguma medida contra a Rússia, mas que isso seja feito com "todos juntos, numa resposta conjunta".

No debate no Congresso dos Deputados (câmara baixa do parlamento) para informar sobre a posição de Espanha em relação ao conflito na Ucrânia, o chefe do Governo disse que queria destacar os aspetos do encontro entre as várias forças políticas, porque "o maior presente" que se poderia dar ao Presidente russo, Vladimir Putin, "é transmitir a imagem de que o parlamento espanhol está a sair desta crise dividido".

As divisões entre os parceiros no Governo de esquerda espanhol foram hoje visíveis com a recusa do Unidas Podemos (extrema-esquerda) de aplaudir no parlamento o anúncio do primeiro-ministro de envio de material militar para a Ucrânia.

"Como existem grupos [políticos] a questionar o compromisso do Governo em 'participar na ajuda militar à Ucrânia', quero anunciar que a Espanha enviará material militar ofensivo à resistência ucraniana", disse Pedro Sánchez.

Depois deste anúncio, os deputados do Partido Socialista espanhol (PSOE) aplaudiram efusivamente, assim como os ministros e deputados de partidos da oposição de direita, mas os membros do Governo do Unidas Podemos permaneceram imóveis nos seus lugares, como a vice-presidente Yolanda Díaz e os ministros Ione Belarra, Irene Montero e Alberto Garzón.

Sobre o envio de armas ofensivas para a resistência ucraniana anunciado hoje de manhã, Pedro Sánchez acrescentou que o debate sobre se este tipo de armamento deveria ser fornecido já foi ultrapassado pela decisão adotada pela União Europeia (UE) a 27 de fevereiro de criar um fundo para este apoio militar, para o qual a Espanha é o quarto maior contribuinte.

A Rússia lançou na quinta-feira passada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 2.000 civis, incluindo crianças, segundo o mais recente balanço de Kiev, que não precisa o número de baixas militares.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e de pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia, desde o início da invasão da Ucrânia.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.