UE tem dados "muito credíveis" de que a China pondera dar apoio militar à Rússia
Os líderes europeus possuem "informações muito credíveis" de que a China está a considerar prestar assistência militar à Rússia, noticiou esta sexta-feira o 'site' Politico, que cita um alto funcionário da União Europeia (UE).
No início da semana os Estados Unidos tinham lançado um alerta semelhante, depois de ter sido noticiado que o governo russo estava a pedir à China equipamentos militares e outro tipo de apoio para o conflito na Ucrânia.
"Os líderes da UE têm evidências muito credíveis de que a China está a considerar fornecer ajuda militar à Rússia. Todos os líderes estão muito cientes do que está a acontecer", vincou o alto funcionário do organismo europeu, que falou ao Politico sob condição de anonimato.
A mesma fonte não revelou que tipo de assistência foi solicitado por Moscovo.
"Estamos preocupados com o fato de a China estar a 'namorar' com os russos", acrescentou.
A UE "imporá barreiras comerciais contra a China" se Pequim prosseguir com o pedido da Rússia, assegurou a mesma fonte, lembrando que "esta é a única linguagem que Pequim entende".
Também esta sexta-feira o Presidente norte-americano, Joe Biden, advertiu o seu homólogo chinês, Xi Jinping, para as "implicações" e "consequências" para a China caso forneça "apoio material" à Rússia no "brutal" ataque deste país à Ucrânia, indicou a Casa Branca.
A reunião por videoconferência entre os dois líderes, a primeira que mantiveram desde novembro passado, esteve centrada na invasão russa da Ucrânia e decorreu durante duas horas, segundo a nota oficial.
Os dois dirigentes também assinalaram a sua vontade de "manter os canais de comunicação abertos".
Do lado de Pequim, que se referiu ao conflito na Ucrânia como "crise" e "situação", sem nunca mencionar o termo "guerra", Xi Jinping apelou ao homólogo norte-americano para juntos "trabalharem pela paz e tranquilidade do mundo".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 816 mortos e 1.333 feridos entre a população civil, incluindo mais de 130 crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,2 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.