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Marcelo defende que Portugal precisa de "um Presidente exactamente igual ao que era"

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Foto José Coelho/LUSA

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu hoje que Portugal, na nova conjuntura política com um Governo do PS suportado por maioria absoluta no parlamento, precisa que seja "um Presidente exatamente igual ao Presidente que era".

Questionado pela comunicação social, num hotel de Maputo, se irá ser o mesmo Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa retorquiu: "O Presidente da República é o mesmo daqui até ao dia 09 de março de 2026, é o mesmo, quer dizer, a menos que me aconteça alguma coisa de mal, que espero que não aconteça do ponto de vista de saúde".

Os jornalistas perguntaram-lhe então de que Presidente é que o país precisa no novo quadro político. "Eu acho que um Presidente exatamente igual ao Presidente que era, exatamente igual. Os poderes são os mesmos, as condições são as mesmas em relação ao Presidente", respondeu o chefe de Estado.

O Presidente da República referiu que existe agora "uma economia e uma situação social diferentes, por causa da pandemia e da guerra" na Ucrânia, "que não havia antes", e também "uma situação parlamentar diferente da anterior".

"Mas, tirando isso e muitas outras coisas que são diferentes, o Presidente é o mesmo, aquilo que o Presidente pensa é o mesmo, a Constituição é a mesma, os poderes são os mesmos", acrescentou.

Quanto ao trabalho que será exigido ao Presidente, considerou: "Isso, trabalho, é evidente que já exige, na medida em que com a pandemia já exige, com a situação de guerra já exige, com a situação económica e financeira e social emergente também já exige".

Marcelo Rebelo de Sousa escusou-se a "formular expectativas" sobre o elenco governativo que o primeiro-ministro, António Costa, lhe irá propor.

Interrogado se gostava que os atuais ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, se mantivessem nos respetivos cargos, observou que "há dois meses" que os jornalistas tentam que fale desta matéria, mas não irá falar.

"Vou esperar para ver a proposta de orgânica e os nomes do senhor primeiro-ministro", disse.

Desde as legislativas de 30 de janeiro, que o PS venceu com maioria absoluta, o Presidente da República remeteu-se ao silêncio sobre a conjuntura política nacional e prometeu só falar do assunto no discurso que fará na posse do XXIII Governo Constitucional -- que hoje apontou para 30 de março.

Marcelo Rebelo de Sousa chegou na quinta-feira a Moçambique para uma visita oficial de quatro dias.