Primeiro balanço de ataque ao teatro de Mariupol aponta para um ferido grave
Ataque em Mariupol não terá provocado mortes
O bombardeamento na quarta-feira de um teatro de Mariupol por tropas russas, segundo Kiev, provocou pelo menos um ferido grave mas sem registo, até ao momento, de mortos, indicou hoje o conselho municipal da cidade num primeiro balanço.
"Segundo informações preliminares, não existem mortos. Mas há informações sobre uma pessoa gravemente ferida" indicou na rede Telegram o conselho municipal desta cidade do sudeste da Ucrânia.
"A remoção dos escombros prossegue e as informações sobre as vítimas serão completadas", precisou o conselho.
No momento do ataque, "até 1.000 pessoas", sobretudo "mulheres, crianças e idosos", encontravam-se no edifício, segundo a mesma fonte.
Na quarta-feira, as autoridades ucranianas acusaram a aviação russa de ter bombardeado "intencionalmente" este teatro de Mariupol, onde estavam refugiados centenas de habitantes.
A Rússia desmentiu e atribuiu a ação ao batalhão Azov, o regimento neonazi incorporado na Guarda Nacional ucraniana, com o objetivo de suscitar uma nova reação internacional.
Desde segunda-feira que estava escrita no pavimento à frente e na retaguarda ao teatro a palavra "Criança" em maiúsculas e em russo, segundo imagens divulgadas pela empresa de tecnologia espacial Maxar.
Na quinta-feira, o município de Mariupol referiu-se a uma situação "crítica" na cidade devido a bombardeamentos "ininterruptos" e destruições "colossais". As primeiras estimativas indicam a destruição de 80% do parque habitacional.
Hoje, o exército russo anunciou que os combates estão a decorrer no centro da cidade deste estratégico porto do mar de Azov.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 816 mortos e 1.333 feridos entre a população civil, incluindo mais de 130 crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,2 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.