China pede aos EUA para trabalharem juntos pela paz
Os presidentes dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, conversaram durante duas horas, com Washington a tentar que Pequim não forneça ajuda a Moscovo e Pequim a pedir uma solução pacífica para a Ucrânia.
De acordo com uma transcrição preliminar avançada pela agência noticiosa estatal chinesa Xinhua, Xi Jinping pediu ao seu homólogo norte-americano para que trabalhe consigo em prol da paz mundial, dizendo que a situação na Ucrânia é algo que ambos "não gostariam de ver".
"A China e os Estados Unidos não devem apenas orientar as suas relações para o caminho certo, mas também compartilhar as suas responsabilidades internacionais, e trabalhar pela tranquilidade e estabilidade globais", disse o líder chinês.
Minutos depois da conversa entre os dois líderes, a diplomacia chinesa disse que Pequim lamenta o "confronto e conflito", considerando que "não interessa a nenhuma das partes", sem atribuir qualquer culpa à Rússia.
"Como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e como as duas maiores economias do mundo, cabe a nós não apenas liderar as relações China-EUA no caminho certo, mas também assumir responsabilidades internacionais e trabalhar pela paz e tranquilidade no mundo", disse o Presidente chinês.
Biden voltou a pedir a Pequim para se distanciar da posição do Presidente russo, Vladimir Putin, desde logo não aceitando os pedidos de Moscovo para ajuda militar chinesa.
De acordo com uma breve peça sobre a conversa telefónica transmitida pelo canal público chinês de televisão CCTV, Xi Jinping defendeu ainda que "as relações entre os Estados não podem chegar ao confronto armado".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,1 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.