A Guerra Mundo

Nova Zelândia impõe sanções contra entidades e políticos russos, incluindo Putin

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Foto EPA

A Nova Zelândia avançou hoje com sanções contra 19 entidades e 364 personalidades russas, incluindo o Presidente russo, Vladimir Putin, após a entrada em vigor de uma nova legislação que permite ao país a imposição de sanções seletivas. 

"O mundo está unido contra as ações de Putin na Ucrânia e apenas uma semana depois da aprovação de legislação histórica juntamo-nos à 'comunidade internacional' para aplicar as nossas primeiras sanções seletivas", indica um comunicado da ministra dos Negócios Estrangeiros da Nova Zelândia, Nanaia Mahuta. 

Esta primeira ronda de sanções proíbe a entrada no país a 364 pessoas, entre as quais políticos e militares russos, ao chefe de Estado Vladimir Putin e a 12 membros do Conselho de Segurança da Rússia.

As sanções são também aplicadas nomeadamente a uma instituição bancária e a outras 18 entidades russas. 

"As sanções impedem que as pessoas, os ativos e as instituições financeiras da Nova Zelândia mantenham ligações com as pessoas designadas e proíbe que as embarcações e aviões que lhes pertencem entrem na Nova Zelândia", disse a ministra na mesma nota informativa.

O Governo de Wellington vai avançar com novas sanções "nas próximas semanas", informou a mesma fonte, de forma a evitar que os cidadãos russos que já foram visados utilizem o "sistema neozelandês" para iludir as sanções que já foram impostas em países como os Estados Unidos, Reino Unido, Austrália ou pela União Europeia (UE).

Até à recente aprovação da Lei para Sanções à Rússia, apresentada na semana passada ao parlamento neozelandês, a legislação do país só permitia aplicar sanções no quadro do Conselho de Segurança das Nações Unidos, organismo em que a Rússia tem direito de veto. 

"Estas sanções enviam uma mensagem clara à Rússia sobre a oposição da Nova Zelândia à invasão da Ucrânia. É consistente e reforça as respostas da 'comunidade internacional', incluindo os nossos parceiros e exerce pressão sobre pessoas influentes", disse Mahuta.

No passado dia 25 de fevereiro, um dia depois do início da invasão russa da Ucrânia, a Nova Zelândia anunciou o início do processo sobre a imposição de sanções, assim como a suspensão indefinida das consultas bilaterais (com a Rússia) a nível governamental.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,1 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.