Agência da ONU relata cerca de 70 mortos no Mediterrâneo em 15 dias
Nas duas últimas semanas morreram afogados pelo menos 70 pessoas, quando procuravam atravessar o Mediterrâneo, a partir da costa da Líbia, para chegar à Europa, informou hoje a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Segundo a organização, "uma embarcação transportando 25 migrantes naufragou em 12 de março ao largo de Tobruk", no leste da Líbia. "As autoridades socorreram seis migrantes e recolheram sete corpos, enquanto outros 12 continuam desaparecidos".
A OIM, mencionou um outro naufrágio, em 27 de fevereiro, quando um barco "se virou quatro depois de ter saído do porto de Sabratha", na parte oeste do país.
"Não foi encontrado qualquer sobrevivente", avançou a OIM, que acrescentou que foram recuperados os corpos de 15 pessoas, entre as quais um bebé, e permanecem desaparecidas 35 pessoas.
Estes naufrágios elevam para 215 o número das pessoas mortas ou desaparecidas no Mediterrâneo desde o início de 2022, segundo o 'Missing Migrants Project' (Projeto Migrantes Desaparecidos), da OIM, que recenseia as pessoas mortas durante a sua migração para um destino fora do seu país de origem.
A Líbia, mergulhada no caos político e de segurança desde a queda do regime de Mouammar Kadhafi em 2011, é um importante ponto de passagem para dezenas de milhares de migrantes, que procuram todos os anos chegar à Europa através das costas de Itália, situadas a apenas 300 quilómetros.
Provenientes maioritariamente da África subsariana, estes candidatos ao exílio são aí vítimas de traficantes e chegam a morrer durante a travessia.
Mais de 123 mil migrantes desembarcaram em Itália em 2021, provenientes da Líbia ou Tunísia, depois de cerca de 95 mil em 2020, segundo o Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).
Em 2021, foram reportadas mais de duas mil mortes e desaparecimentos no Mediterrâneo, depois de 1.401 em 2020, também segundo o ACNUR.