Resiliência climática e cultural
A superação da emergência climática volta a estar na agenda mundial, o caminhar para esta escalada para controlar o aumento da temperatura global até 2050 e superar a emergência climática, exige tomar medidas urgentes.
Apesar das evidencias não conseguimos criar vontade pública necessária na curta janela de oportunidade para agir e é por isso que esta “guerra” é cada vez mais global e terá repercussões em todos os países e toda a humanidade.
Defender a urgência da transição climática, é certo que terá maior apelo popular numa estória contada por um artista de renome internacional do que pelos próprios líderes de cada país e aí entra o poder da cultura e das indústrias criativas.
Além de ser bom para a economia, investir na cultura e nas industrias criativas é bom para o meio ambiente porque essa política pública transforma uma sociedade centrada no consumo de bens materiais numa sociedade baseada no consumo de bens culturais. Isso, juntamente com o avanço das indústrias criativas, contribui para a implementação de elementos de desenvolvimento sustentável na prática, superando a necessidade por recursos naturais, para condições climáticas favoráveis e para a substituição do trabalho humano mecanizado por um tipo de produção que coloca o ser humano como principal fator criador de valor agregado.
Nessa luta pela sustentabilidade e resiliência climática, que é intrinsecamente uma luta pela justiça social, ambiental e económica entre as nações e dentro delas, podemos-nos tornar mais preparadas, justos e desenvolvidos tendo o desenvolvimento cultural como base dessa mudança, a cultura e as indústrias criativas, além de fortalecerem a democracia, fomentam o desenvolvimento económico e tecnológico de maneira sustentável.
Apesar de ser um grande desafio desenvolvê-las e transformá-las, inclusive em termos de cidadania, devemos sempre lembrar que a cultura é acima de tudo um produto humano que nos transforma e nos torna em agentes de transformação activa.
Não basta saber como pagar essa conta e aplicar “sanções” é fundamental inovar nas soluções de sustentabilidade e resiliência, precisamos impactar de forma correta e eficaz, nos canais certos e com os protagonistas que fazem a diferença. Felizmente, grande parte da solução reside no facto de que será inevitavelmente a cultura e as indústrias criativas a salvar o nosso meio ambiente e não tenho dúvidas em afirmar que a cultura e as indústrias podem salvar o meio ambiente e o futuro das novas gerações.