EUA voltam a recusar zona de exclusão aérea
O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, que hoje se deslocou à Eslováquia, rejeitou de novo a possibilidade de a NATO encerrar o espaço aéreo sobre a Ucrânia, apesar das contínuas exigências do Governo de Kiev.
"Se encerrarmos o espaço aéreo, isso conduzia-nos a uma situação de luta contra a Rússia, e como temos dito, não queremos chegar a esse ponto", recordou o chefe do Pentágono em conferência de imprensa conjunta em Bratislava com o seu homólogo Jaroslav Nad.
Austin explicou que "não existe uma versão 'light' de encerrar o espaço aéreo, nem uma situação de guerra 'light' com a Rússia".
Washington, acrescentou o secretário da Defesa, prefere continuar a apoiar a defesa da Ucrânia com a entrega de sistemas de mísseis de médio e curto alcance, e com 'drones' [aviões não tripulados] armados".
"Foi importante. O que efetivamente evitou que a Rússia garantisse o controlo [sobre o espaço aéreo] foi um sistema antimísseis de curto e médio alcance", assegurou Austin.
No entanto, apelou ao Presidente russo, Vladimir Putin, que termine o "devastador" ataque contra a população civil.
"Apelamos ao senhor Putin que pare este devastador ataque, porque são realmente civis e não deveriam ser alvo de ataque", disse Austin, ao recordar que os soldados norte-americanos não estão a participar neste conflito.
"As forças norte-americanas não vão combater na Ucrânia e ao mesmo tempo faremos o possível para ajudar a Ucrânia a defender o seu país", assegurou o secretário da Defesa.
Durante a sua visita a Bratislava, Austin reafirmou o compromisso dos Estados Unidos com os aliados da NATO, onde se inclui a Eslováquia, e também com a Ucrânia, que não integra a Aliança.
"Na qualidade de aliado, estamos prontos para ajudar a Ucrânia a defender-se de uma invasão não provocada e injustificável", concluiu o secretário da Defesa.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 780 mortos e 1.252 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 5,2 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,1 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.